terça-feira, 16 de agosto de 2011

FUTEBOL, IDEOLOGIAS E PAIXÃO: O CASO DO JOGADOR QUE SE APOSENTOU AOS 24 ANOS

O jogador espanhol Javi Poves, que esteve integrado até a temporada passado no Sporting de Gijón B, anunciou sua aposentadoria aos 24 anos.

O interessante é o motivo alegado pelo zagueiro para a atitude:

"Quando era criança, jogava por amor ao esporte. Mas, quando você conhece o futebol, se dá conta de que tudo é dinheiro e que tudo é podre" (...) Do que adiante ganhar € 1000 ao invés € 800, obtendo isso com o sofrimento de muita gente?", declarou Poves, que se define como "antissistema": "(...) O problema é que ou você é de direita ou de esquerda. Não sou nada disso. Sou anti tudo isso".

Javi Poves, ao contrário da maioria dos jogadores trocava o tempo de games, internet e brincadeiras de concentração pela leitura. Afirma ter lido O Capital (Karl Marx) e Minha luta (Adolf Hitler), entre outros e agora tem como plano cursar História.

"Quero conhecer o mundo de verdade, saber o que acontece. Ir para a África. Para isso, não faz muita falta o dinheiro. Não quero viver prostituído, como 99% das pessoas. Se não posso ter uma vida limpa na Espanha, terei na Birmania [Mianmar]. Onde seja...", afirmou.                                                  (fonte:http://trivela.uol.com.br/Noticias.aspx?view=1&id=47925)

A atitude do jogador causou impacto. Dificilmente um jogador ou outro profissional do meio é tão enfático, se pronúncia de forma tão direta quanto as mazelas do meio.

A consequência, inevitável, em questões como estas seja no futebol ou fora dele, é o protagonista tornar-se herói para uns e vilão para outros.

Na Europa, em crise, isso se intensifica. Vale neste sentido observar os comentários no site portugues DN DESPORTO, o partidarismo pelo e contra o jogador leva leitores a se agredirem:

O leitor Mateus, coloca em dúvida o real motivo da desistência do jogador:

"Uma bela desculpa para quem sempre foi reserva do colosso sporting de gijon.Mas ainda é jovem,ainda pode ir para Padre ou pastor protestante para ajudar os pobres.Este vai ser pobre a vida toda porque tem medo de ser rico e de ter sucesso."
Antonio Melo, outro leitor, responde:
"Este Mateus deve ser dos 99% que vivem prostituídos e que até a mãe, mulher e filhos venderia para ganhar umas massas".

Como tréplica, diz Mateus:

"António Melo não escondas atrás de um computador, se queres insultar-me e a minha família pode fazer isso ao vivo e a cores num local e dia marcado por ti,eu terei o gosto de levar a minha familia comigo para insultares mas como és um COBARDE e corno já sei que não vais aparecer a minha frente".

Enfim, atitudes como essas, de Javi Pontes, deixam menos monótono os noticiários esportivos mundiais. E fazem notar que o posicionamento político, tanto quanto o futebol, mobiliza paixões!

Azar de quem pensa ainda que futebol é apenas "o ópio do povo".


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