Originalmente, as cores que representam o futebol brasileiro, enquanto entidade administrativa ligada a FIFA, são o azul e o branco. A relação entre a entidade que organiza(?!) o futebol profissional no Brasil e o verde-amarelo não é tão intensa quanto normalmente se coloca.
No ano de 1979, surgia a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A partir dali, seria ela a entidade específica para comandar um esporte que, na verdade, já era, desde sempre, a menina dos olhos da antiga responsável, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD -fundada em 1916).
O surgimento da CBF se tratava “apenas de uma mudança de siglas”, conforme comentou uma reportagem da Rede Globo levada ao ar por aqueles dias do ano de 1979:
Portanto, ao nascer a CBF herdava a administração do futebol brasileiro da CBD, sem grandes mudanças:
No comando, permaneceria o que hoje pode ser tranquilamente interpretado como uma verdadeira dinastia: a Havelange.
Entre seus símbolos, o principal deles no que toca à identidade da instituição, o escudo. Assim, o azul e branco, cores oficiais da CBD, também foram herdados e devidamente conservados pela CBF.
Já, com relação ao uniforme, o verde e amarelo presente na camisa da Seleção há 26 anos e já consagrado após os três campeonatos mundiais, era um presente que veio de uma ação engendrada pela CBD em setembro de 1953.
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(A Gazeta, 5 de janeiro de 1954) |
DO BRANCO PARA O VERDE-AMARELO
Diante de insucessos em competições internacionais, das desavenças políticas de um período conturbado no cenário político brasileiro – e não apenas no âmbito do futebol – e, ainda, frente às novidades trazidas nos anos 1950 – os “Anos Dourados” -, a CBD em conjunto com setores da imprensa decidiu trocar as cores do uniforme da Seleção Brasileira.
Um concurso de dimensões nacionais foi, então, levado à frente, o vencedor foi um jornalista e estudante de direito de 18 anos, Aldyr Garcia Schllee.
57 anos depois. Deu uma entrevista dizendo que, de certa forma, ficou incomodado com o que fizera. Alterara as cores do que já havia se firmado como uma tradição no Brasil e no mundo.
O jovem, nascido em Jaguarão, cidade da fronteira gaúcha com o Uruguai - um dos motivos que o fizeram declarado torcedor da Celeste Olímpica -,
Segundo ele próprio, esse foi o principal motivo para suscitá-lo “a despejar o azul e branco nas meias e calções" com “tinta guache holandesa, que foi paga em prestações por quase um ano".
Uma ideia somada ao verde-amarelo da camisa que lhe valeu a vitória naquele concurso, enquanto, para outros, era a representação de outras derrotas. Foi assim para José Maria Castelo Branco, um dos dirigentes que engrossava o coro dos que se declaravam francamente contrário à ideia. Como parece ter sido também para Zizinho, que segundo o próprio Aldyr, na solenidade de mudança do uniforme lhe sussurrou ao pé do ouvido: ‘Não esquenta, isso tudo é uma merda’ [1].
[1] Ver: “Torcedor do Uruguai, criador do uniforme verde-amarelo compara Neymar a Garrincha”, de Thais Bilenky, Anna Virginia Balloussier, Folha treinamento, de Capão do Leão (RS), 21/06/2010-17h17. Disponível em: <http://treinamento.folha.com.br/12emcampo/enquantoissonobrasil/754637-torcedor-do-uruguai-criador-do-uniforme-verde-amarelo-compara-neymar-a-garrincha.shtml> Acesso 17 Nov. 2010.
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