sexta-feira, 27 de abril de 2012

PACAEMBU PARA REFLETIR

Vale à pena aproveitar o aniversário do Estádio Municipal para entender não apenas a sua história, mas os vários contextos do século XX

Para quem estiver com vontade de conhecer mais a vida do Pacaembu e, por tabela, conhecer a história de São e do Brasil, do futebol política há várias boas obras sobre o tema.

Sobretudo, o trabalho de Plínio Labriola Negreiros. O historiador, em sua tese de doutorado em que aborda a relação futebol e construção da ideia da nação brasileira nos anos 1930 e 40, traz um amplo registro do processo de idealização e construção do Pacaembu.

Trata-se da obra:

NEGREIROS, Plínio José Labriola de. A Nação entra em campo: futebol nos anos 30 e 40. 1998. Tese (Doutorado em História Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, p. 237-240.

Infelizmente, o estudo apenas está disponível para as pessoas que se dirigirem à biblioteca da PUC-SP, localizada na Rua Ministro de Godói, Perdizes, São Paulo.

Além da obra de Plínio, podem ser consultados:

FERREIRA, João Fernando. A construção do Pacaembu. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

Existem também dois artigos que escrevi com o colega Felipe Morelli:


PACAEMBU: 72 ANOS E MUITO QUE COMEMORAR!

Será o Itaquerão a desbancar o Pacaembu? Não é o que se parece, diante da força histórica desse templo do futebol.
Anos 1940: Estádio e bairro saindo do projeto de remodelamento
urbano da São Paulo do prefeito Prestes Maia (Imagem do blogol.zip.net)

Passaram-se os anos e o Pacaembu se fundiu à história da cidade, da nação e do futebol.

O Estádio municipal surgiu em 1940 como resposta ao clamor de muitos dos envolvidos com o meio futebolístico.

Até então o Parque Antarctica, o estádio particular do Palmeiras, mostrava-se insuficiente para atender aos anseios do esporte que crescia num ritmo tão vertiginoso quanto ao da cidade.

Imprensa, dirigentes e torcedores queriam uma iniciativa pública. E os governantes da época não se fizeram de rogados.

Eram os tempos getulistas, os tempos também de extremo bairrismo Rio x São Paulo.

Desfiles cívicos: imagem de liderança e organização
a ser difundida (cifrantiga6.blogspot.com)
Assim, se o São Januário do Vasco atendia o futebol e os festejos cívicos na antiga capital federal, o Pacaembu seria a versão paulista de um grande palco político, futebolístico e, acrescido da Concha Acústica, de outras artes!

A construção do Estádio Municipal do Pacaembu, que se iniciou em 1936 e terminou em 1940, portanto, foi um projeto financiado pelo poder público, mediante pressões de parte da imprensa esportiva da cidade e coincidiu, por sua vez, com a necessidade dos grandes clubes locais que precisavam de um palco que pudesse absorver o grande público e, assim, obter lucrativas rendas – base da economia clubística do período.

loucosporti.com.br
Nos tempos atuais, dos três grandes da capital, o alvinegro era o que constantemente utilizava o Pacaembu. E, agora, o Corinthians está para, finalmente, receber o estádio próprio.

Por isso, para alguns, o estádio público será superado, chegam a dizer que pode estar com os dias contados.

Contudo, tal suposição não é novidade.

Desde os anos 1940 – sua primeira década de vida! – o grande palco do futebol paulista enfrenta críticas e concorrentes:

1942: São Paulo x Corinthians jogaram no Pacaembu. O maior público da história do estádio - mais de 70 mil! - viu a estreia do grande Leônidas da Silva no Tricolor. Nesse jogo a imprensa já destacou a obrigação de se construir um palco maior para jogos de futebol em São Paulo.

1950: Copa do Mundo e o único jogo da Seleção Brasileira em São Paulo, contra a Suiça, que acaba num 2 a 2 e muitas vaias da torcida local. Resultado: Pacaembu e paulistas foram tachados de antipatriotas e agourentos, logo, todas as demais partidas se deram no monumental e carioca Marcanã – até a derrota na partida final frente aos uruguaios.

1950 – 54: Se quando o Rio tinha o São Januário, São Paulo havia respondido com um Pacaembu, nesse momento, o Marcanã deveria ser contraposto por um estádio tão ou mais gigantesco na capital paulista que, por sua vez, estava para comemorar seu IV Centenário – foi tal discurso o estopim para o Morumbi, construído pelo São Paulo F. C. anos depois com muita ajuda pública.

Anos 1970 – 2000: O Morumbi recebeu os clássicos, muitas das finais, mas jamais substituiu o Pacaembu por completo. Seja pelo charme do estádio Municipal e da própria região, seja pela localização fácil para todos, seja pela arquitetura favorável para uma ótima visão do jogo, enfim, pelos mais variados motivos, o Pacaembu continuou na preferência da maioria.

Anos 1990: A S. E. Palmeiras passa a pleitear o direito de jogar contra o São Paulo em seu estádio – o Palestra Itália, antigo Parque Antártica – e não no Morumbi como Federação, Polícia e os interesses econômicos sempre ordenavam. Como alternativa, o Pacaembu ressurgia com força em grandes Choques-Rei: primeira partida das oitavas de final da Libertadores 1994 e Copa João Havelange (edição do ano 2000 do Campeonato Brasileiro).

2009: O presidente Andrez Sanches anuncia que, quando o mando de jogo fosse seu, o Corinthians não mais jogaria no Morumbi. Os jogos do Majestoso com mando corintiano seriam realizados no Pacaembu.

esporte.ig.com.br
Enfim, o Pacaembu sempre esteve em cena...

Por tudo isso e muito mais, há mesmo muito que se comemorar!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

CORINTHIANS FORA, GLOBO PERDEU


A torcida da Ponte Preta, ao final da partida em que eliminara o Corinthians, grita em alto e bom som: “Eu, eu, eu, a Globo se f...”.

Pois é.

Ao se reparar na grade de programação da Rede Globo, à ênfase nos telejornais que se dá o Timão, ao quanto apesar de Neymar e Santos estarem jogando o fino da bola e mesmo assim permanecerem “esquecidos” nos jogos da Baixada, invariavelmente, o privilégio das transmissões da TV sempre está relacionado ao time alvinegro de São Paulo.

Por isso, os torcedores da Ponte estavam muito mais satisfeitos com a vitória frente à Globo  que propriamente o resultado adverso do Corinthians.

Na hora do almoço, Thiago Laifert mostrava, mesmo sem querer, o quanto a derrota corinthiana abalava as estruturas do Globo Esporte.

Atrasos e pedidos de desculpas por não ter tempo de apresentar matérias – como a derrota do Palmeiras - nesta segunda-feira não foram poucos.

Âncora e convidados se viravam na tentativa de dar respostas ao fracasso dos “escolhidos” da Emissora e, ainda, tentar afirmar o que durante todos os dias eles próprios renegam: o valor da tradição de equipes do porte de uma Ponte Preta ou de um Guarani.

E o Derby de Campinas substituiu o de São Paulo.

As derrotas do Corinthians e do Palmeiras fazem com que pautas da semana tenham que ser alteradas. E, neste caso, não só as da Globo. Aos outros órgãos da imprensa também.

Basta ver a capa do diário Lance! Grande novidade, uma capa valorizando a vitória de duas forças do interior. Não a derrota dos grandes da capital.

O Lance! fez o óbvio. E, por isso, ficou muito bom:




Globo e grande mídia perderam!

Ponto para o futebol!

sábado, 21 de abril de 2012

ABERTURA DO PAULISTA SUB-17: OSASCO F. C. X SÃO PAULO F. C.

Agora ha pouco a Rede Vida mostrou, direto do Bradesco Cidade de Deus - agora com gramado sintetico - Osasco Futebol Clube 1 x Sao Paulo Futebol Clube 2.


Gol de Rodrigo, antes dos 10 primeiros minutos? com uma falta cobrada à moda dos craques consagrados, o garoto do Osasco abriu o placar.
O Osasco F. C. estava bem melhor que o São Paulo.

Porém, as coisas forma mudando.
32 min. Gol contra do Osasco: 1 a 1.
2º tempo: jogo morno.
 38 min. O São Paulo desempata com um gol de Bruno Silva que ez questão de tirar a camisa “limpa” de publicidades do tricolor paulista – levou cartão, evidentemente.

O jogo ficou sob controle da molecada do tricolor ate o fim.
 

II SIMPÓSIO INTERNACIONAL HOOLIGANISMO E COPA 2014

Para se refletir academicamente sobre os mega-eventos e a questão das torcidas uniformizadas.

O cientista social, especialista em estudos relacionados ao Futebol e Torcidas Uniformizadas e membro da famosa família Buarque de Holanda, Bernardo Borges B. de Holanda, em conjunto com a professora Heloísa Reis (UNICAMP), organizam evento que promete discutir a questão do hooliganismo e da Copa no Brasil.

O evento acontecerá entre os dias 24 e 26 do mês de abril e contará, ainda, com outros dois pesquisadores:

Marcos Alvito Pereira dos Santos (UFF) e Jose Paulo Florenzano (PUC-SP).


Mais informacoes acesse http://cpdoc.fgv.br/hooliganismo.