quinta-feira, 29 de setembro de 2011

NEYMAR JOGOU MAL, SEGUNDO GALVÃO. MOTIVO: EXAGEROU NAS JOGADAS BONITAS (!?)

Foi, no mínimo, cômico, para não dizer trágico, ver Galvão Bueno e Casagrande se esforçarem em arrumar defeito no futebol apresentado por Neymar.

Neymar se movimentava, fazia boas jogadas, as melhores - na verdade. Atacava, driblava, avançava, ziguezagueava...

Não era o máximo do seu futebol, que obviamente é muito maior que o apresentado. Mas era o suficiente para o jogo, para o péssimo gramado, para a pior Argentina que já se viu, para uma pseudo-Copa Roca.

E a cada jogada do craque, se seguia uma crítica na TV. Galvão Bueno e Casagrande se referiam ao "exagero uso das jogadas de efeito". Inacreditável!

Pior ficava quando a tentativa era compará-lo com Ronaldinho. Diga-se, só assim era possível lembrar o apagado Gaúcho que, para os dois sábios globais, não é que estava deslocado, distante, com sono. Ele apenas reservava os lances de efeito só para o momento ideal. Ridículo!

Tal atiutude, nitidamente, ocorre porque Neymar ainda não está no "esquema". Não namora nenhuma atriz global, como fizeram Ronaldo, Elano, Roger, Pato... Não é um baba-ovo exclusivo da Rede Globo, de Galvão Bueno, e, pior: se mostra muito mais popular do que os próprios!

Sensacional, por sua vez, a torcida. Enquanto o som monótono do narrador e comentarista insistia em adjetivar negativamente os belos lances do craque de Santos (e não do Rio de Janeiro, é bom lembrar), a torcida, em massa, ovacionava aos berros, em uníssono: NEYMAR!

Situação similar não é exclusiva do futebol, obviamente. E, por isso, torna-se ainda mais séria.

Na terça-feira, o ex-presidente Lula recebeu, na França, mais um título de Doutor Honoris Causa  do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences- Po.

Para se ter ideia da importância do título, Lula foi o primeiro latino-americano premiado com um título que só foi outorgado a 16 personalidades mundiais em 140 anos de história da instituição.

Jornalistas de grandes veículos nacionais estiveram presentes, mas a síntese que melhor explica o tratamento que deram para o evento está na pergunta direcionada ao diretor do instituto - Richard Descoings - feita por Deborah Berlink, correspondente de "O Globo" em Paris:

"Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?" - leia mais

É preciso dizer mais?

Não. O que vale mesmo é rever um dos melhores lances do jogo de ontem.

Neymar como ponta das antigas. Um lance lindo que nem sequer houve uma menção, quanto mais um mísero replay na transmissão. Por isso, nada melhor que revê-lo da plateia, um show de bola:


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

BRASIL E MÍDIA: FUTEBOL, TRAGÉDIAS, ESCÂNDALOS. NADA MAIS QUE ISSO?

Um país que aparece apenas como uma terra de futebol e tragédias. Por quê?

Hoje tem jogo da Seleção Brasileira contra a Argentina, um “Superclássico” que, como já foi dito aqui, em nada lembra os dias de entusiasmo vividos no passado da Copa Roca.

Aliás um “Superclássico” com jogadores que não estão entre os mais badalados, nem do lado auriverde e nem do azul.

Um “Superclássico” que vale uma taça de 17 Kg e que só Galvão Bueno procura valorizá-lo.

Como disse Ronaldinho Gaúcho, trata-se de um mero AMISTOSO. Vale dizer, que até a Rede Globo pensa assim, basta ver a grade de programação da SporTV que divulga o “Superclássico” como nada além de um “Amistoso Internacional de Futebol”.

Contudo, sabendo que um bom pedaço dos telejornais e da mídia em geral será reservado para comentar a partida que tem pouco valor, vale desviarmos aqui um pouco a atenção para outros assuntos de nossa sociedade, de grande importância e que não são nem ao menos mencionados na grande mídia.

O país, no momento atravessa uma série de movimentos grevistas. Entre eles, ontem os bancários iniciaram uma greve. Os correios também estão parados há duas semanas.

Até que estes dois movimentos são comentados. por motivos evidentes: preocupa a existência de milhões de contas a serem pagas e, assim, a TV, o Rádio, a Web, instruem como a população deve proceder ao não receber suas dívidas ou ao não encontrar a boca do caixa aberta. Isso não significa que é também difundido e problematizado os motivos pelos quais os trabalhadores se articulam.

Assistimos entre outras notícias de futebol e outros esportes, fatos trágicos - como assassinatos, suicídios, acidentes automobilísticos – e as denúncias de corrupção que surgem da mesma maneira que se apagam, ou seja, sem nenhuma efetiva solução e punição. contudo, não conseguimos nos informar sobre as greves no setor da EDUCAÇÃO que assolam o país.

Escolas públicas estão paradas! Professores mal remunerados, recentes conquistas da categoria e de toda a sociedade, como a lei do piso de professores e a dos planos de carreira e qualificação dos profissionais de ensino, são descumpridas pelo descaso das autoridades, principalmente no nível estadual.

As greves de professores das redes estaduais de ensino estão na ordem do dia. E nada da imprensa divulgar!
 
 Em Minas Gerais, por exemplo, estado governado por Antônio Anastasia (PSDB), só hoje as escolas voltaram a funcionar:

Foram 113 dias! A maior já registrada no estado!

Desde o dia 19, 2 professores em estavm em GREVE ... DE FOME!!!

Qual o espaço do Jornal Nacional para esses acontecimentos???

No Ceará:

Sem boas informações da grande imprensa, fiquemos com as palavras de uma professora:

“Os professores da rede pública estadual se encontram em Greve desde 05 de agosto, após longas tentativas de negociação com o Governo do Estado e apresentação da proposta afrontosa do governador Cid Gomes (PSB) em relação ao Plano de Cargos e Carreiras e o desrespeito a conquista histórica do Piso Nacional da Educação. Trata-se de uma mobilização em todo o estado para defender o exercício da docência. [São reinvindicações]:

1. Ganhar melhor para deixar de ser o quinto pior salário do Brasil;

2. Que o Piso Nacional precisa ser cumprido;

3. Redução de carga horária e valorização do magistério para que o professor possa se qualificar e garantir melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem;
 
4. Redução do número de alunos por sala de aula;
 
5. Ter materiais didáticos e recursos pedagógicos suficientes para redimensionar o processo de Ensino-aprendizagem e pelo abandono imediato dos livros do Primeiro Aprender e Rumo ao Ensino Médio pela sua característica pedagógica conservadora e tradicional."
 
Cariri, CE, 15 de agosto de 2011.
Yuki Meneses Chikushi – Professora graduada em Ciências Sociais.

Veja como o governo está tratando, através do vídeo em que Ciro Gomes, irmão de Cid Gomes, conversa com comissão dos professores:




Outras greves aconteceram recentemente: professores no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, No Rio Grande do Norte, bombeiros no Rio de Janeiro, além de outros importantes fatos que acontecem num Brasil muito movimentado, mas que na mídia aparece deformado.

Um país que parece se resumir aos "manos" de Ricardo Teixeira...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

PEÑAROL: UM CLUBE DE TODAS AS ÉPOCAS!

Nesta quarta-feira, 28 de setembro, o Peñarol comemora seu aniversário de 120 anos!

Os uruguaios, no que se refere ao futebol, principalmente ao futebol organizado, são os pioneiros na América.
Não é por acaso que "La Celeste" dominou as conquistas olímpicas no período imediatamente anterior ao surgimento das Copas do Mundo (ouro em 1924 e 1928). 

Abocanhou também o primeiro mundial, em seu próprio território, no ano de 1930. Fechando a primeira metade do século XX com o mítico campeonato de 1950, em  que venceu o Brasil no Maracanã, se consagrando como uma das maiores potências do esporte até aquele momento - para não dizer a maior!


No futebol de clubes a história não foi diferente: clubes fortes e títulos desde muito cedo.

E um dos que se destaca em tal processo é o Club Atlético Peñarol.

Há longínquos 120 anos, ou seja, no ano de 1891, nascia por iniciativa de operários britânicos em empreendimentos ferroviários no Uruguai, o Central Uruguayan Railway Cricket Club.

Só em 1899 nasceria o seu grande rival, o Club Nacional de Football. E, no ano seguinte, a Associação Uruguaia de Futebol.
Anos depois, como em diversas regiões do Brasil, os vizinhos do Plata receberam intenso fluxo de italianos. Assim, em 1913, com o futebol cada vez mais popularizado, esses imigrantes que não encontravam espaço no "Nacional" passaram a administrar o antigo clube inglês e o transformaram em Club Atlético Peñarol.


Hoje, o Peñarol é a equipe que tem a maior quantidade de títulos na história do futebol uruguaio, 37 até o momento.

Foi também o primeiro campeão da Libertadores. Em seguida, foi bi e completou suas conquistas com mais três taças (1960, 1961, 1966, 1982 e 1987). Além de possuir três Copas Intercontinentais (1961, 1966 e 1982).

O 120º aniversário desse time vitorioso, está sendo comemorado com uma série de eventos.

A semana do aniversário começou na segunda-feira com a inauguração de uma exposição no Instituto Uruguaio de Numismática, e continuará na quarta-feira com uma viagem simbólica de trem rumo à Estação Peñarol, em Montevidéu, onde tudo começou. Na quinta-feira e na sexta-feira as atividades serão encerradas com a apresentação de dois livros sobre a história do clube.

O amistoso comemorativo será na quarta. Contra o San Lorenzo (Argentina), no Estádio Centenário (palco da 1ª Copa do Mundo de 1930), com a presença de vários ídolos dos fanáticos torcedores da equipe de Montevidéu. Entre eles: Morena, Bengoechea, Rubén Paz e Marcelo Otero.

Comemorações mais que mercecidas para um time que, sem dúvida, não só marcou épocas como é de todas as épocas!


Sobre o desenvolvimento precoce do futebol uruguaio ver: MURRAY, Bill. Uma história do futebol. São Paulo: Hedra, 2000.

Sobre as comemorações do aniversário do Peñarol, disponível em: esportes.terra.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ESTADO NOVO E OS CLUBES "DE COLÔNIA": 69 ANOS DO CASO PALESTRA ITÁLIA

No último dia 20 de setembro, o Palmeiras comemorou o episódio que o clube classifica como “Arrancada Heroica”, ou seja, a final do campeonato paulista de 1942 em que o antigo nome Palestra Itália foi substituído por Sociedade Esportiva Palmeiras.

1942 ficou marcado como o ano de maior pressão do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-45) sobre as instituições de imigrantes no Brasil.

Era o ápice da Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro que até ali havia titubeado em relação ao lado que iria se aliar, ficando entre o nazi-fascismo italiano e alemão e à política da boa vizinhança dos EUA, acabou optando pelo segundo.

Então, o Estado Novo declarou guerra ao Eixo: Alemanha, Itália e Japão.

Ao mesmo tempo, foi ampliado o projeto nacionalista. Sob a política assimilacionista. O Estado Novo e alguns grupos tidos como “nacionais” passaram a perseguir imigrantes e instituições que representavam os grupos que, por decreto, se tornaram, de uma hora para outra, inimigos.

Diversas instituições, dentre elas, os clubes “de colônia” – como os classificava Thomaz Mazzoni -, muitos já reconhecidos e de grande torcida, foram obrigados a se movimentarem politicamente e administrativamente para não só evitar a extinção, mas também para poderem manter seu patrimônio, há anos conquistado e que eram objeto de cobiça dos rivais:

“(...)Então, nós passamos depois disso a nos chamar Sociedade Esportiva Palmeiras.
Então eles tentavam, eles queriam naturalmente, é evidente que queriam, porque eu
participei, eu sou figura viva que presenciei e participei. Quantas vezes caminhões com
gente do São Paulo apareciam por lá de noite, querendo se ismicuir nas coisas do Palmeiras
e tomar o Parque Antártica. Como eles não conseguiram êxito nessas tentativas, eles foram
tomar a Associação Alemã de Esportes, tomaram, que é onde está a que foi chamada Ilha
da Madeira, Canindé. Que eles tomaram e eu não sei como eles venderam para a
Portuguesa se aquilo não era deles. Então, não conseguiram tirar o Palmeiras, mas tiraram
os alemães da Associação Alemã. A história é muito terrível. Eles foram muito
causticantes, muito odioso, rancorosos. E deixa a gente com resquício de prevenção. Porque
eu sempre digo, eles seriam até capazes de praticar uma boa ação. Nunca vi tanto ódio (...)”.

Depoimento de Paulo Schiesari (1924-1997), conselheiro vitalício do Palmeiras, sobre ações que teriam sido praticadas por pessoas ligadas ao São Paulo Futebol Clube, no período da perseguição às associações de imigrantes de países ligados ao Eixo. *

Sob esse clima se deu a final do campeonato pualista de 1942. O São Paulo Futebol Clube enfrentaria o Palestra que podia nem entrar em campo. Porém, com diplomacia os dirigentes palestrinos modificaram o estatuto e fizeram surgir a Sociedade Esportiva Palmeiras. No jogo final, os jogadores, aogora palmeiresnses, eram escoltados pelo capitão Sylvio Magalhães Padilha. Uma garantia a mais para que o time, agora, verde não seria barrado ao entrar em seu próprio estádio.

Resultado: após vencer a partida por 3 a 1 (aos 21 minutos, do segundo tempo, o tricolor abandonou a partida), o Palmeiras nascia campeão.

Além do Palmeiras, que anos antes já havia tentado, em vão, trocar do nome Societá Palestra Itália para Palestra Itália de São Paulo, outros clubes agiram de forma semelhante. Entre eles:

A Sociedade Esportiva Palestra Itália de Minas Gerais passou a chamar-se Cruzeiro Esporte Clube;

O Sport Club Germânia tornou-se Esporte Clube Pinheiros.

O Clube Espéria, Associação Desportiva Floresta, depois, conseguiu retornar ao antigo nome.

O Hespanha Foot Ball Club, de Santos, que veio a tornar-se Jabaquara Atlético Clube.

Além de muitas outras instituições, perseguidas num momento dramático na história mundial e brasileira. Momento de um nacionalismo militarizado ao extremo, em que não há mocinho ou bandido, mas, sim, intolerância.




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

MENINO DE 10 ANOS ATIRA EM PROF E DEPOIS SE MATA, GOLEIRO DÁ VOADORA COVARDE EM ADVERSÁRIO, TORCEDORES SE AGRIDEM. A VIOLÊNCIA EXPLODE... E OS VALORES?

Em que a violência, não só no futebol ou na escola, mas em toda a sociedade, que, infelizmente, se segue numa rotina aterrorizante, se relaciona com uma tira do chargista argentino Quino, em sua mensagem que tanto circula pela internet, ou com as palavras pixadas na escola do menino Davi, em São Caetano do Sul?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Torcidas e violência novamente em pauta



26 de julho de 2011

Após "voadora", goleiro do Sport é afastado.
Jornal do Brasil


23 de Setembro de 2011

Criança atira em professora e se mata na escola



Tragédia no ABC: 'Menino doce, bom aluno e disciplinado', descreve escola

23/09 às 15h31 Jaqueline Falcão e Guilherme Voitch (jaqueline.falcao@sp.oglobo.com.br; guilherme.voitch@sp.oglobo.com.br)




Charge de Quino, os valores do século XXI:








 O muro de onde estudava o menino Davi, escola considerada excelente - através de números usados para medir a deducação (?!):



Crise de valores??????????















quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MARKETING NO FUTEBOL DO PARANÁ: FURACÃO TRAZ EM CAMISA PARTE DA HISTÓRIA

A união entre marketing esportivo e uniformes dos clubes tem repercussões ambiguas. Valorizar a tradição é a nova ação de marketing do Atlético Paranaense.

Essas são as duas novas camisas que a Umbro lança neste mês para homenagear a história do Furacão nas primeiras décadas do século XX.

Na década de 10, jovens do bairro Rebouças, em Curitiba, formaram duas equipes de futebol: o Tigre e o Leão. Em 1914, os times decidiram que deviam se unir. Formaram assim o Britânia Sport Club, em homenagem ao futebol inglês.

Sob os olhares do Internacional, campeão de 1915, do Coritiba, que venceu o campeonato local em 1916, e do América, campeão de 17, aquele recém-formado Britânia conquistou os 6 campeonatos seguintes.

Nessa conjuntura, o América e o Independente optaram pela fusão e, em 1924, surge o Clube Atlético Paranaense.

Cada uma das camisas homenageia uma das agremiações fundadoras do Furacão e seus símbolos estão cunhados ao lado do, inconfundível, CAP. *

Tais atitudes não são muito mais interessantes que apenas descaracterizar o uniforme do clube com um excesso de marcas?

* Dados obtidos através do site futebol interior.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SUPERCLÁSSICO DAS AMÉRICAS: PARA RONALDINHO GAÚCHO, “UM AMISTOSO”!

Brasil x Argentina, em disputa de uma taça inventada pela TV: Ronaldinho, que andou em campo, produziu o grande lance final!

O jogo teve bons lances, sem dúvida. Mas, já no primeiro tempo fez surgir algumas perguntas:

O que um jogador como Renato Abreu, de 32 anos, fazia no meio-campo verde-amarelo?

Para responder só Mano Menezes. Nem mesmo o mais fanático dos flamenguistas pode entender esta situação!

E Ronaldinho, se anda hoje, como será em 2014?

O craque de um passado recente - isto indiscutível, não é? - continua mostrando o que se viu nos últimos anos de suas atuações na Seleção: constante sonolência.
A tal diversão, exaltada por cada vez menos cronistas, fica reservada apenas para as câmeras da televisão – as da Rede Globo, ao som de textos de Mauro Naves que tentam valorizar o que as imagens não dizem.

Neymar?

O mesmo que vemos sempre. Jogando e jogando muito. Numa partida contra a Argentina B, o craque já calejado pelos confrontos de uma Libertadores bem disputada na qual sagrou-se campeão, mostrou-se à vontade. Logo, foi abusado e salvou o ataque brasileiro: fez o dele, o de Ronaldinho e o de outros “manos”.

Galvão Bueno?

O mesmo que ouvimos sempre: um discurso que provoca câncer no cérebro de quem o leva em consideração. E o pior de tudo é que ele fez no intervalo: Repreender as palavras de Neymar, o único que realmente quis jogo foi demais!

E para o segundo tempo?

O que restou, infelizmente, é pensar até quando Mano Menezes estará à frente da Seleção Brasileira.

Um técnico qualquer precisar de mais 15 minutos para fazer uma alteração, com tantos jogadores sem ação, principalmente Ronaldinho, é inaceitável. E quando fez, antes de sacar Ronaldinho, havia ainda Renato Abreu que nem lá era para estar!!!

Lucas? Mais uma vez só foi lembrado na lista de convocados. O jogador do São Paulo não é um dos “manos” - de Ricardo Teixeira.

A fraca Argentina, que a bem da verdade não jogou mal e só foi assim porque a “seleção dos manos” deixou, arrancou um empate. Ronaldinho... nem falta conseguiu cavar – só o Galvão se deixava enganar, como sempre!

E foi assim, enquanto só Neymar jogava, com lances lindos de um futebol ofensivo, Galvão Bueno vibrava com Ronaldinho Gaúcho (?!).
Foi uma apresentação pífia de um futebol brasileiro desvalorizado por seus comandantes e sugado de todas as formas pelos interesses “Globais”.


Para finalizar, melhor do que lembrar a jogadassa de Leandro Damião – chapéu de carretilha - vale reproduzir a frase final da entrevista de Ronaldinho à Rede Globo. Afirmação que prontamente - e, claro, em vão - Galvão Bueno, com cara de quem soltou gases, tentou corrigir:

Após ser paparicado pelo repórter da Globo que lhe perguntou como foi ser muito marcado já que era “A estrela do jogo”, rindo, disse Ronaldinho:

“Tudo bem, o que vale é que lá no Brasil teremos mais um AMISTOSO.”

Como foi dito no post anterior, a Rede Globo e os dirigentes das federações de Brasil e Argentina arrebentam com a tradição de um dos maiores clássicos do futebol mundial, construído em grande parte pela grande Copa Roca, transformada, hoje, em um miserável “superclássico” de TV!



A jogada de Leandro Damião:

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SUPERCLÁSSICO DAS AMÉRICAS x COPA ROCA: BRASIL x ARGENTINA, RIVALIDADE DESPRESTIGIADA

O "Superclássico das Américas" choca-se à imensa contribuição oferecida pela Copa Roca na construção de uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Basta lembrar de sua história.

A história do torneio, sobretudo, em suas interrupções, ajuda a entendermos como brasileiros e argentinos tornaram-se um dos maiores rivais do mundo quando o assunto é a bola.


Copa Roca - 1914
A competição restrita às seleções do Brasil e da Argentina foi instituída no ano de 1913 e levou esse nome em referência ao presidente argentino da época: Julio Argentino Roca. No ano seguinte, e

Em 1922, agora no Brasil, a seleção tupiniquim, que na época jogava de uniforme branco, também venceu.

Finalmente, como toda boa rivalidade, em 1923,  a Argentina vence o torneio em casa.

1ª interrupção:

Problemas internos entre dirigentes e jogadores, de um futebol que passava pela transição do amadorismo para o profissionalismo na América do Sul, abalou estruturas. A crise - principalmente, na Argentina - foi grande e não houve condições de se realizar o torneio.

1939/1940: volta a ser disputada a Copa Roca.

Era o momento da Segunda Guerra Mundial, início do período que ficou conhecido como a Década Sem Copas. As dificuldades de realizar confrontos internacionais eram enormes.
A solução era jogar entre os sulamericanos.

Constantes foram os jogos que impulsionaram a grande rivalidade entre os países do Cone-sul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (na época, o maior campeão do continente).

Para a Seleção Brasileira não foram tempos muito fáceis. A derrota na Copa Roca de 40 não foi bem digerida pela impressa que pressionava, como anos depois Thomaz Mazzoni relatou: “Época ruim, especialmente devido à má disciplina e péssimo estado moral com que os nossos craques se empenharam nesses cotejos internacionais.” (MAZZONI, 1950: 287*).

1945:



Zizinho
Pressionados, os jogadores de uma geração liderada pelo craque Zizinho, tornaram-se campeões após partidas que materializavam em cenas de violência a rivalidade que só crescia entre brasileiros e argentinos.

Vale lembrar, as palavras de Mestre Ziza sobre um Brasil x Argentina no sulamericano de 1946:
“O campo, que já estava invadido, virou um pandemônio. Sofremos agressão do público, dos jogadores. Pior foram os policiais, e que ali estavam para nos garantir. Foram os que mais bateram. (...) Fomos retirados de campo e o Chico ficou em estado de coma. Recebemos ordens de não mais voltar a campo.” (SILVA, 1985: 69**).


Depois, a Copa Roca contou com mais 3 edições em que a os brasileiros venceram: 1957, 60 e 63.

Na década de 1970, tal era o grau de rivalidade que, em 1971, após dois empates, um na Argentina e o outro no Brasil, além de um terceiro empate na prorrogação, o título acabou sendo dividido entre brasileiros e argentino.

Em 1976, mais uma vez o Brasil foi campeão. E a disputa, por um longo período, ficou esquecida.

Algo próprio de um período em que as competições internacionais se multiplicaram e o calendário tornou-se muito apertado.

E hoje à noite teremos uma nova edição. Contudo, nem no nome esta lembrará o glamour do clássico e do torneio.

O “superclássico”, como foi rebatizado, contará com jogadores que no atual momento são considerados de segunda linha.

E são as próprias federações argentina e brasileira (AFA e CBF) quem nos dizem isso, pois enquanto para os jogos internacionais convocam os atletas badalados que atuam nos times mais ricos da atualidade (mesmo que as partidas sejam contra seleções de muito menor expressão), para o “superclássico” os astros internacionais não precisarão se dar ao trabalho de atravessarem o Atlântico.

E isso ocorre mesmo quando estamos prestes a ter uma Copa do Mundo no Brasil!

Há maior demonstração do quanto o futebol sulamericano, apesar de todo seu potencial histórico e humano, é desprestigiado por dirigentes locais e estrangeiros?????

Para matar a saudade ou a curiosidade de um futebol sulamericano muito mais valorizado que o de hoje, veja alguns lances do primeiro jogo da Copa Roca de 1971:




* MAZZONI, Tomaz. História do Futebol no Brasil (1894 - 1950). São Paulo: Leia, 1950.

 ** SILVA, Thomas Soares da. Zizinho: o mestre Ziza. Rio de Janeiro: Secretaria do Esporte e Lazer, 1985.