segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DISCURSO DE POSSE DE ALDO REBELO

Nesta segunda-feira, Aldo Rebelo, do PC do B, tomou posse do Ministéiro do Esporte. Seu discurso de posse foi uma aula - e daquelas!

O discurso de posse do novo ministro do governo Dilma valeu pelos aspectos políticos - nacional e global -, sociais, historiográficos que abordou e pela própria capacidade do orador em se expressar.

Descontando qualquer análise partidária ou da posição político-ideológica do comunista e palmeirense, Aldo Rebelo, vale destacar a excelência de sua qualidade enquanto orador. 

Mais ainda, é digno de destaque sua excelência como um orador conhecedor da produção acadêmica do futebol e que, ao que tudo indica, gosta mesmo dessa prática.

Seu discurso começou tocando com todo o cuidado na figura de Orlando Silva para, em seguida, desembocar no tema que deve ser o que mais lhe preocupa: o PC do B.

Sem entrar na questão do desvio de verbas diretamente, com habilidade, o novo misnistro da pasta do esporte conseguiu exaltar seu antecessor e, sobretudo, o Partido Comunista do Brasil.

Dessa forma, Rebelo fez com que a plateia composta por adversários históricos, tivesse que aplaudi-lo e, por sua vez, para má-vontade desses muitos, reverenciasse o Partido Comunista.

Depois, o orador tocou em outro assunto que provoca tensões, só que de âmbito mais geral.

Federação Palestina de Futebol

Aldo levou a questão para o futebol, lembrou da importância da FIFA, do órgão que possui mais membros que a ONU. E, ao tecer tal comentário, acabou tocando na ferida "Oriente Médio".

O novo misnitro fez questão de lembrar que a FIFA reconhece a Paletina como Estado, inclusive a aceitando como membro e permitindo que forme selecionados para as disputas com outras nações. Ao contrário da ONU* Colocando assim em impedimento - para usar um termo do futebol - a Organização das Nações Unidas, entidade que, por essas e outras,  cada dia mais sofre profundas críticas.

Em seguida, quebrando esse clima mais tenso, viu-se outra jogada magistral do habilidoso orador. Rebelo buscou a figura de Pelé, presente no evento, reverenciando o hours concours e a quem, de quebra, chamou de garoto.

Aí houve um deleite geral. Aldo Rebelo passou a fazer uma bela resenha da relação futebol e intelectuais brasileiros. Procurando, de forma agradável, mostrar a trajetória de como o futebol se tornou um dos principais patrimônios culturais do Brasil.

Mostrou que conhece a produção historiográfica recente sobre futebol no país.

Aliás, o futebol como tema de pesquisa, para Aldo Rebelo, não é novidade alguma.

O novo presidente da pasta dos esportes do país demonstrou recentemente sua ligação com o tema Futebol e História publicando o excelente "Palmeiras x Corinthians 1945: o jogo vermelho", pela Editora Unesp. Na obra, Rebelo conta o episódio em que, num momento de democratização do país com o fim do Estado Novo, Palmeiras e Corinthians, com o apoio da FPF, disputaram uma partida em pró do MUT (Movimento Unificador do Trabalhadores - órgão ligado ao PCB da época).


Vale lembrar também que em 1998, Aldo Rebelo foi o ralator da CPI CBF - NIKE que procurou averiguar atitudes ilicitas envolvendo a entidade comandada por Ricardo Teixeira e a transnacional da indústria de material esportivo.



Enfim, para quem viu o discurso foi uma aula de como realizar uma boa oratória mesmo em momentos de adversidade e de contrangimento. Para quem não viu, procure, vale à pena também para se refletir sobre o quanto Futebol é levado a sério no Brasil e no mundo e o quanto ele pode abrir portas e facilitar na sensibilização de exigentes plateias.


* Hoje a UNESCO, agência da ONU para educação, cultura e ciência, aceitou a Palestina como membro de pleno direito. Ação tardia no processo de reconhecimento do Estado Palestino.

Brasil, China, França, África do Sul, Índia, Rússia estiveram entre os 107 votos a favor.

Reino Unido, Itália, Portugal, e outras 49, abstiveram-se.

Além de Israel, EUA, Canadá, Alemanha e mais 10 países votaram contra.

EUA e Israel prometem retaliações.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

MC DONALD DESTRÓI O BRASIL!

Jonathan McDonald foi o grande nome do jogo em que a Costa Rica arrasou a Seleção Brasileira no Pan, por 3 a 1.

Não foi "apenas 3 a 1"! Além do placar nada singelo:

  • foi com um gol relâmpago, aos 38 segundos de jogo, que os costarriquenhos começaram desenhar a vitória;
  • no meio do primeiro tempo o placar já estava nos 2 a 0, e foi pouco, pois McDonald perdeu um pênalti infantil cometido pela zaga brasileira;
  • não só perdeu gol, o centro-avante McDonald. O costarriquenho marcou dois gols, um deles um verdadeiro golaço!

Participação ridícula que mancha a história da Seleção Brasileira - nos últimos tempos, tratada com extremo pouco caso por Ricardo Teixeira e os "manos" da CBF.

O GOLAÇO DE JONATHAN MCDONALD:



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

BRASIL 0 x CUBA 0

Não foi fácil para os meninos brasileiros jogarem contra a seleção de Cuba. Agora, o Brasil está em 3º lugar, com 2 pontos, atrás da Argentina, em 1º com 4 pontos e da própria seleção cubana, em 2º com 3.

De um lado, faltou inspiração do time verde e amarelo. Muita correria, mas poucas jogadas criativas.

Henrique, o atacante do São Paulo, foi o que mais tentou furar a forte defesa da Ilha de Fidel. Fez boas jogadas, sofreu faltas duras dos adversários, lutou, mas não teve êxito em repetir o gol do jogo passado contra os argentinos.

Do outro lado, o futebol apresentado pelos garotos cubanos não foi de se desprezar, longe disso!

Com um único homem na frente que, nos momentos de contra-ataque, sabia prender a bola; com bons passes curtos de todo o time; e, além disso, com um ótimo goleiro - seguro, que fez boas defesas – Cuba mostrou força.

A torcida, como na final do vôlei de ontem, torceu para os cubanos. Como já disseram os mexicanos em algumas entrevistas, adoram o Brasil, mas, entre Cuba e Brasil, são Cuba.

A herança de Che Guevar, Fidel Castro e a lutra contra o imperialismo estadunidense (1959, em diante) parece falar muito mais alto que as apresentações sensacionais da seleção brasileira de 70, com Pelé & Cia.

Assim, no caso do jogo de futebol de hoje, a torcida resistiu ao máximo, mas diante da falta de criatividade brasileira e do empenho cubano, no final da partida das arquibancadas podia-se ouvir até um “olé” durante troca de passes de seus vizinhos do Caribe.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

COPA DAS CONFEDERAÇÕES E MUNDIAL: TODOS CONTEMPLADOS, EXCETO O SUL DO PAÍS

No Nordeste, no Centro-Oeste e no Sudeste, anúncio dos jogos pela FIFA, de modo geral, contentou a todos. São Paulo e Rio de Janeiro abrem e fecham, respectivamente o torneio, encerrando uma briga que se estendeu nos últimos 3 anos. Contudo, Coritiba e Porto Alegre não apareceram.

No Paraná e no Rio Grande do Sul, timidamente, algumas vozes das autoridades locais se manifestam questionando as escolhas.

Reclamações, em grande parte, procuram lembrar as obras do Estádio do Corinthians, em São Paulo, garantido como local da abertura que, por sua vez, segundo os reclamantes está ainda na terraplanajem.

Contudo, admite-se nos meios de comunicação gaúchos e paranaenses que as autoridades locais e que os dirigentes do Internacional e do Atlético Paranaense - clubes proprietários dos estádios que receberão os jogos da Copa - não trabalharam direito. Num certo concenso de que, realmente, as obras enfrentam grandes dificuldades.

Logo, no Sul do país aguarda-se que a promessa de Ricardo Teixeira seja cumprida e, assim, que as cidades sejam contempladas, ao menos, com 4 jogos em seus respectivos estádios, sendo que os cabeças-de-chave se apresentem ao menos uma vez entre curitibanos e portoalegrenses.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MESSI, À TARDE X NEYMAR, À NOITE - PRÉVIAS DO MUNDIAL!

Messi x Neymar - vitória do futebol!

Hoje à tarde - para nós, brasileiros - Messi desfilou seu futebol "de video-game" pelo Camp Nou.

Pela terceira rodada da Copa dos Campeões, o Barcelona ganhou por poucos 2 a 0 do Viktoria Pilsen.

Até aí, grande coisa. Mas, "tomando uma" e assistindo a atuação do argentino endiabrado, a coisa muda de figura.

O que fez Messi? ah!... Isso não dá pra descrever sem o entusiasmo daquele que adora se embreagar de futebol!

E parece que Neymar assistiu ao jogo também. E assistiu dizendo para si mesmo: "Vou fazer igual". Fez!

Coitado do Botafogo... do Botafogo, não do botafoguense... não daquele que gosta do futebol.

Não dá para não se entusiasmar com o que o craque do Santos fez agora à noite, seja qual for seu time...

Aliás, só o maior dos maiores invejosos para não admitir e não se deliciar com o futebol de Neymar - tão de play-station quanto o de Messi.



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FUTEBOL NO PAN - UM NOVO NOME PARA SE REPARAR: CIDINHO


No futebol do Pan-americano de Guardalajara, argentinos e brasileiros se enfrentaram em suas estreias, ontem, no feminino, hoje, no masculino.

Ótimos jogos!

O feminino foi fácil. Muito melhor tecnicamente, as meninas que, sem Marta e outras estrelas, passearam pelo gramado - sintético (tem cabimento?!) - de Guardalajara.

No masculino, o jogo foi muito disputado, como não podia deixar de ser.

Em se tratrando de Brasil e Argentina, jamais é diferente - A não ser quando não é sério, como no caso do fatídico “Superclássico (?!) das Américas”.

Mas, hoje foi o Pan. Os ainda jovens jogadores lutaram de parte à parte e ficaram no empate em 1 a 1.

Vestindo uma amarelinha sem o escudo da CBF, substituída pela bandeira do Brasil, os rapazes fizeram 1 a 0 com o atacante são-paulino, Henrique.

Contudo, chamou atenção outro nome: o do meia Cidinho.

Jogador do Botafogo, de 18 anos, franzino, ágil, habilidoso. Entrou no segundo tempo e deu o passe para o gol do Henrique, além de apresentar uma boa movimentação.

No Bota, o bom técnico Caio Júnior já puxou o menino para o time de cima e, ao poucos, vem dando as merecidas chances.

Vale observá-lo no Pan – o rapaz promete!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

JOGOS PAN-AMERICANOS COMEÇAM HOJE!

Mais uma edição dos Jogos Pan-americanos! Desta vez, em Guardalajara, no México.

 Para os brasileiros, o México, a cidade de Guarlajara, o clima local, a população, enfim, todo ambiente é promessa de dias positivos.

Foi lá que a Seleção Brasileira, Pelé, Tostão, Rivellino, Jairzinho, Clodoaldo, Gérson, Zagalo e outros, consagraram-se-se definitivamente para o mundo, com a conquista da Copa do Mundo de 1970.

Além disso, no Pan do Rio, o último realizado (2007), a participação brasileira foi a melhor da história: 52 medalhas de ouro, 40 de prata e 65 de bronze.

Portanto, para completar nossas informações sobre o evento, transmitido pela Rede Record, vale procurar outros veículos.

Um dos que é bem interessante em acompanhar, não apenas para o evento, mas para estar ao par dos acontecimentos atuais e historicos do Brasil nos Jogos Olímpicos, é o site memória do esporte olímpico brasileiro.

Trata-se de um sítio que faz parte de um projeto mais amplo de memsmo nome que acaba de licitar diversas produções que terão como objetivo produzir documentários sobre o passado olímpico brasilerio. Esse projeto, por sua vez, faz parte de Programa Petrobrás Esporte & Cidadania.

Hoje, por exemplo, o espaço traz uma entrevista com o jornalista Juca Kfouri em que se procura destacar os problemas de planejamento e de estrutura do evento de Guardalajara com o que já está sendo feito em Londres, para os Jogos Olímpicos de 2012, relacionando aos problemas enfrentados pelo Brasil, para 2014 (Copa) e 2016 (Olimpíada).

Recordista de medalhas e atleta do Palmeiras, 
Hugo Hoyama será o responsável por carregar a bandeira da delegação brasileira.
Tudo bem que futebol é futebol, mas vale ficarmos por dentro!


Jogos Pan-americanos já realizados e suas sedes:

1951 – Buenos Aires (Argentina)
1955 – Cidade do México (México)
1959 – Chicago (EUA)
1963 – São Paulo (Brasil)
1967 – Winnipeg (Canadá)
1971 – Cali (Colômbia)
1975 – Cidade do México (México)
1979 – San Juan (Porto Rico)
1983 – Caracas (Venezuela)
1987 – Indianápolis (EUA)
1991 – Havana (Cuba)
1995 – Mar del Plata (Argentina)
1999 – Winnipeg (Canadá)
2003 – São Domingo (República Dominicana)
2007 – Rio de Janeiro (Brasil)
2011 – Guadalajara (México)

O JOGO AÉREO QUE EMOCIONA: GOLS DE BICICLETA

Enquanto o futebol profissional cada vez mais insiste no jogo aéreo, com seus enormes e cabeçudos trogloditas se esmurrando e se quebrando nas grande-áreas espalhadas pelo mundo, o lance mais belo, em que jogador e bola esquecem do chão, continua dando sinais de vida.

Ontem no post sobre o Juventus da Mooca, aqui foi lembrado do golaço do atacante Silva, em 1989, no Pacaembu: uma bicicleta das mais lindas. Logo em seguida, à noite, o atacante Fred além de marcar os três gols da vitória do Fluminense sobre o Coritiba, num deles desenhou uma pintura: mata no peito e, de costas para o gol, executa o goleiro do coxa.

Tudo isso é a deixa para relembrar aqui algumas das bicicletas que entusiasmaram a todos. Selecionamos alguns vídeos do Youtube com algumas das grandes jogadas de nossos craques:

1. O gol de Fred, ontem, Fluminense 3 x 1 Coritiba:
2. 2001 - Não só foi de bicicleta o gol de Rivaldo, mas na prorrogação, desempate que enlouqueceu os amantes do Barça e do bom futebol, Barcelona 3 x 2 Valência:


3. 2011 – Golaço de Leandro Damião, em grande fase o atacante do Inter gaúcho, empate em 2 gols contra o Flamengo:

4. 2007 – Ronaldinho Gaúcho esmerilhando no Barça:

5. 1988 – Final do Paulistão, 1º jogo no Morumbi, Neto de bicicleta cala corinthianos: dá a vitória em 1 tento para o Guarani:

6. 1992 - Corinthians x Guarani, Neto dessa vez de alvinegro, num jogo difícil seria substituído, porém, em sua última chance, marca um outro golaço de bicicleta. Na comemoração, numa mistura de entusiasmo e protesto, arranca sua camisa e é expulso – o que o comentarista da Band diria disso hoje? E o patrocinador que ele tanto aprendeu a reverenciar?


7. Senão o “inventor”, o craque que ficou imortalizado com o lance: Leônidas da Silva. Vale à pena ver essa pequena reportagem da Rede Globo, de 2004, quando faleceu o grande “Diamante Negro”. Imagens sensacionais:



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

“ÓDIO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO!”: TRADIÇÃO X ESPECULAÇÃO IMOBILÁRIA

Este é o principal lema estampado em faixas na Rua Javari, o tradiconal estádio da não menos tradicional equipe do Juventus, do bairro da Mooca, em São Paulo.

O Juventus, hoje na série A3 do campeonato Paulista, já viveu dias melhores, sem dúvida.

Até os anos 1980, o clube da Mooca fazia jus ao apelido “Moleque Travesso” - mascote concebido por Thomaz Mazzoni, editor-chefe de A Gazeta Esportiva que também atribuiu o “Piriquito” ao Palmeiras, o “Espadachim” ao Corinthians, o “Santo” para o São Paulo e tantas outras representações para o futebol paulista.

“Moleque Travesso” porque apesar dos investimentos muito menores e do acanhamento de uma equipe que se voltava para o bairro, o Juventus constantemente aprontava para cima do “Trio de Ferro” – outra criação de Mazzoni para designar os "grandes" da cidade.

Corinthians, São Paulo e Palmeiras, muitas vezes tinham seus planos atrapalhados por um resultado adverso contra o Juventus. E não era uma zebra, pois era contra o “Moleque Travesso”.

Um dos últimos exemplos mais significativos, neste sentido, vem de um jogo do final da década de 1980, num campeonato Paulista.

Nesse jogo, no Pacaembu, o Juventus empatou com o Corinthians por 1 a 1. Uma partida inesquecível, nem tanto pelo placar, mas pelo tento de um garoto chamado Silva, um ponta-esquerda – nessa época tal função já agonizava no futebol – que até hoje só é lembrado por este lance:

Era um domingo, 14 de maio de 1989, dia das mães, e Silva glorificou a sua, mencionando seu nome nas entrevistas que deu às principais emissoras no dia seguinte *. Foi uma bicicleta perfeita que só parou no fundo das redes do excelente goleiro Ronaldo – hoje, comentarista da Rede TV! e que complementa seu nome com Geovaneli.

Mas, os tempos hoje são outros. O Juventus quase não atua contra os times tradicionais do futebol paulista, já que percorre uma trajetória bem difícil nas divisões inferiores, inclusive, muitas vezes ficando vários meses sem atuar.

O futebol de hoje - e as questionáveis decisões de dirigentes que privilegiam determinados interesses econômicos - impõe investimentos grandiosos. Tendência que se choca à filosofia e às possibilidades de muito dos tradicionais clubes do nosso futebol.

E em meio a tais dificuldades e ao boom da especulação imobiliária no país, que, por sua vez, provoca uma transfiguração nos bairros mais tradicionais de SP, a Rua Javari, estádio do Juventus, é o novo alvo.

Construtoras oferecem valores estratosféricos por aquele oásis que é o Estádio Conde Rodolfo Crespi. Uma terrível perspectiva para quem gosta do Juventus como paixão futebolística ou como outras paixões: histórica, cultural, famíliar, arquitetônica, e tantos outros sentimentos que uma simples visita à Rua Javari podem dispertar.

Acalentando o coração desses apaixonados, a diretoria do Juventus se pronunciou mostrando aversão à ideia do capital imobiliário. Como disse o presidente do clube, Antonio Gonsales, ao jornalista Bruno Tadeu:


“Não vamos vender a Rua Javari para as construtoras. Vieram construtoras daqui, de Santos. Eles querem fazer uma Arena Javari na área social do clube para ficar com a área do estádio. Mas não tem negociação. O clube é dos sócios. Não temos dívida”
Contudo, na mesma entrevista o dirigente dá sinais que busca promover algumas mudanças:

"Temos projeto de voltar à elite em 2013 [O clube está na série A-3]. Mas nosso estádio não tem condições de receber o Corinthians, o São Paulo, e os outros grandes. O torcedor fala em tradição, mas vai ver se ele não vai gostar de ter uma arena 30 mil pessoas e receber os grandes em casa. Lógico que vai”.
Vejamos como essa história irá se desenrolar. Até que ponto tais palavras não apontam para os interesses dos especuladores, ou, por outra, de investimentos necessários para o retorno do “Moleque Travesso” ao seu antigo posto.  

Além disso, vejamos até que ponto a torcida que um dia exigiu a retirada do placar eletrônico recém-instalado para a permanência do antigo - manual - iria aceitar a construção de uma Arena.

Antes, porém, o que vale mesmo é não deixar de assistir um jogo do Juventus lá na Rua Javari. Um salutar encontro do tradicional e do novo, uma aula de história.

No vídeo abaixo, visite o estádio e arredores, as instações juventinas:

Neste outro, o estádio antigo recebe o elemento novo: a torcida que resignifica a instituição Juventus:

terça-feira, 11 de outubro de 2011

MESUT ÖZIL + JOACHIM LÖW = DESFILE DA ALEMANHA

No Esprit Arena, em Düsseldorf, Alemanha confirma o bom futebol que vem apresentando e passa fácil pelos belgas por 3 a 1.

O jogo foi realmente tranquilo. O futebol da seleção alemã, eficiente, repleto de passes em velocidade e sempre em direção ao ataque, não deu oportunidade à Bélgica.

Contudo, até os 30 minutos do primeiro tempo a situação era completamente diferente.

A seleção alemã estava acuada. Era grande a pressão do adversário que executava jogadas ofensivas e, ao mesmo tempo, realizava uma ótima marcação na saída de jogo.

A diferença surgiu pela soma da alta capacidade do meia Özil e do trabalho do técnico Joachim Löw.

A Alemanha apenas corria atrás de um adversário com muita vontade que, por sua vez, precisava da vitória para se classificar. E, num lance de escanteio, claramente uma jogada treinada, preparada pela inventividade do técnico, a bola sobrou para Özil que estava estrategicamente posicionado para pegar a chamada “2ª bola”, para os mais antigos, a “sobra”, o “rebote”.

Aí vem a jogada do craque. Mesut Özil pega a chamada “paulada”, jogada de quem domina o principal fundamento do futebol, o chute.

Resultado: aberto o placar e aberto o caminho para o desfile alemão.

Fica a pergunta para nós, brasileiros. Logo mais a seleção “dos manos”, de jogadores com suas qualidades técnicas também invejáveis, apresentará alguma jogada minimamente treinada?

Aliás, alguém já viu a mão do técnico Mano Menezes em alguma jogada da Seleção Brasileira???

TREZE DA PARAÍBA X SANTA CRUZ DO RECEFE E A QUESTÃO DOS REGIONALISMOS

Em tempos de globalização, já disseram os estudiosos do tema, ao mesmo tempo em que a economia busca a hegemonia extinguindo limites e fronteiras, por outro lado, um movimento inverso se dá: o sentimento local se intensifica e crescem os regioalismos.

Ainda no Recife, o tradicional time do Santa Cruz se preparava na semana passada para o jogo decisivo das quartas de final do Campeonato Brasileiro da Série D, até que Thiago Cunha, o atacante do time tricolor, mexeu com o orgulho dos Paraíbanos, em especial dos torcedores do Treze de Campina Grande.

O jogador que já atuou pela Queimadense, se dizendo conhecedor da realidade local, afirmou que os torcedores do Treze iriam preferir assistir pela televisão o Fla-Flu que seria transmitido exatamente no mesmo horário da partida:
 
"Conheço bastante Campina Grande. Vai acontecer um Fla-Flu no domingo e acho que muita gente vai preferir assistir o clássico na televisão. Tenho certeza que o estádio não vai estar cheio. A torcida do Treze-PB não é apaixonada como a do Santa Cruz", (UOL ESPORTES)

Thiago Cunha, nada mais fazia neste momento que reproduzir uma constante que se deu por todo o século passado. 

A literatura, os jornais e revistas, mas, principalmente o rádio, sobretudo, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, difundiram por quase todo o Brasil o futebol carioca. Evidentemente, o que se restringia aos aos 4 clubes grandes locais: Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco.

Pessoas que moravam a quilômetros e mais quilômetros de distância desse grande centro recebiam muitas informações de times que, além de tudo, desde muito tempo interessaram-se por valores oriundos de terras distantes e os importavam - como o nordestino Dida que fez grande sucesso no Flamengo nos anos 50.

Assim, foi inevitável o processo de difusão do interesse - que evoluiu para paixão, sem dúvida - para com esses clubes.

Porém, nos tempos de hoje, de mídia mais ainda massificante, de uma imprensa que sem escrúpulo algum continua exaltando um ou dois times em detrimentos dos demais e que esquece que o futebol não se resume a São Paulo e Rio, a situação parece estar mudando.

No Recife, como lembrou Thiago Cunha, não é de hoje que se vê nos estádios do Santa Cruz, do Náutico e do Sport menções depreciativas aos locais que torcem por times de fora. Em outras localidades do nordeste também isso ocorre. Há o crescimento da ideia de que o local deve ser valorizado.
E, voltando à questão que envolve a torcida do Treze de Campina Grande vale conferir os números da arrecadação, após o emocionate 3 a 3 de um confronto que agora carece de mais um jogo, dessa vez, no Recife:

Foram colocados 17.800 ingressos no Amigão - estádio do Treze -, apenas para a torcida local, ao preço de R$ 40,00, cada. O estádio contou com 11.345 pagantes que se somaram à 1.731 pessoas que entraram de graça. (Fonte: Agora Esportes)

Diante desse quadro, podemos perceber que mudanças acontecem, porém na velocidade que a mentalidade impõe.

domingo, 9 de outubro de 2011

BIBLIOTECA DIGITAL SEBRAE, VALE CONHECER

A biblioteca online do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) possui quase 4 (quatro mil) títulos disponíveis, o acesso é gratuito e não requer cadastro.

Como não só de futebol, como entretenimento, vive o homem e a mulher, vale lembrar que pensar em montar um negócio que envolva o campo futebolístico é muito interessante.

Na biblioteca digital do Sebrae, essas e muitas outras informações podem ser encontradas através de diversas modalidades de trabalhos, como diagnóstico, monografias e artigos, todos relacionados ao tema empreendedorismo.

“Há uma diversidade de fontes de informação e de conhecimento que o visitante pode escolher”, informa Geraldo Magela, coordenador nacional do projeto.


É possível procurar o título de interesse por áreas temáticas, por documentos recentes e por palavra-chave. Há também os casos de sucesso que abordam as melhores práticas de empreendedorismo individual e coletivo observadas no âmbito de atuação do Sebrae e parceiros.

Por exemplo, ao se procurar pela palavra-chave "futebol", o visitante se depara com o manual Comece certo: escola de futebol

Acesse a bilbioteca pelo lynk http://www.biblioteca.sebrae.com.br/.

Em nosso blog o lynk pode ser encontrado a qualquer momento no espaço "Outros sítios interessantes".

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

DEMOCRATIZAÇÃO DA COPA: ESTADO BRASILEIRO X FIFA

FIFA surpresa! Dilma propõe tornar evento acessível a todas as camadas.

Proposta da presidenta se dá, exatamente, num momento em que o futebol brasileiro se rende a um processo que há tempos já ocorreu na Europa, ou seja, uma elitização do público nos estádios de futebol. 

Como exemplo de tal tendência, basta ver o preço dos ingressos cobrados nos campeonatos regionais e nacionais do país. Ou, mais popntualmente, lembrarmos dos valores que o Corinthians cobrou de sua torcida nos jogos da Libertadores, em 2010, no Pacaembú).

Em reunião que sobre a "Lei Geral da Copa", a presidenta não só defendeu a Legislação Brasileira, defendendo a permanência de determinações legais da Constituição do país, como a meia-entrada para idosos e estudantes, como também sugeriu à entidade que ela ofereça uma cota de ingressos a preços populares.

Para surpresa do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, a ideia é permitir com que também os mais pobres possam assistir aos jogos da Copa do Mundo de 2014.

Segundo Ilimar Franco, de O Globo (04/10/2011), o dirigente da FIFA mostrou-se "surpreso" com a proposta. Contudo, afirmou que ela era "simpática" e que "a Fifa poderia pensar em reservar parte das cadeiras nos estádios para esse fim".
Diante da tendência ao acordo, surgem questões com que ambos os lados teriam que lidar internamente:

Por um lado, o governo brasileiro teria que controlar atividade dos cambistas e os tubarões que muito se beneficiam desta prática quase que institucionalizada nos estádios e grandes eventos do país.

Por outro, a FIFA e os anceios dos grupos que loteiam entre si os ingressos dos grandes jogos que ocorrem a cada 4 anos pelo mundo.

UM RANKING DAS UNIVERSIDADES DA AMÉRICA LATINA

Foi divulgado há dois dias o primeiro ranking que reúne apenas as universidades latino-americanas elaborado pela Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido - uma organização internacional de pesquisa educacional que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.

Medir conhecimento ou comparar a qualidade de ensino oferecido por instituições é algo muito subjetivo. É, mais ou menos, o mesmo que medir o valor de um time de futebol em relação aos demais, além dos campeonatos, como de tempos em tempos fazem os meios de comunicação, institutos ou as próprias entidades futebolística. Fato que gera polêmicas e questionamentos de muitos.

Contudo, conhecer as tentativas de se examinar as instituições de ensino deve-se ao menos ser observado pela sociedade.

Por isso, segue essa informação aqui.

Lembrando que trata-se apenas de uma classificação. No caso, mera possibilidade de relacionar as diversas instituições de ensino da América Latina.  Jamais, pode ser tomada como "a" classificação por excelência, ou seja, como verdade absoluta.

Nesta lista, uma metodologia tida como novidade foi desenvolvida. Ela utiliza sete critérios diferentes:
  1. reputação acadêmica (30%);
  2. reputação de empregabilidade (20%);
  3. estudantes da faculdade (10%);
  4. profissionais com doutorado (10%);
  5. artigos publicados (10%);
  6. citações por artigo (10%);
  7. impacto na internet (10%).
Nas cem primeiras do ranking aparecem 31 universidades do Brasil. Apesar de todas as dificuldades que, como é sabido, fazem parte do universo acadêmico do pais, o estudo demonstra que nos últimos 10 anos houveram alguns avanços - como o incremento da produção universitária e do número de doutores.

Em seguida ao Brasil, aparecem na classificação Argentina (19), México (15), Chile (14), Colômbia (8), Venezuela (4), Peru (3), Costa Rica, Cuba, Porto Rico, Equador e Uruguai (1).

Segue a lista das primeiras 98 da América Latina, trazendo, respectivamente, universidade, país e pontos:

1º) Universidade de São Paulo (USP) Brasil 100
2º) Pontificia Universidade Católica Chile 99,6
3º) Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Brasil 94,7
4º) Univesidad de Chile Chile 94,0
5º) Universidad Autónoma de México (Unam) México 92,1
6º) Universidad de Los Andes Colômbia 84,7
7º) Tecnológico de Monterrey (ITESM) México 83,0
8º) Universidad de Buenos Aires Argentina 82,1
9º) Universidad Nacional de Colombia Colômbia 79,5
10º) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Brasil 79,1
11º) Universidade de Brasília (UnB) Brasil 78,2
12º) Universidad de Concepción Chile 75,5
13º) Universidad Austral Argentina 75,3
14º) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Brasil 75,2
15º) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Brasil 73,5
16º) Universidade Estadual Paulista (Unesp) Brasil 72,6
17º) Pontificia Universidad Católica Argentina Santa María de los Buenos Aires Argentina 72,2
18º) Universidad Nacional de Cordoba Argentina 71,6
19º) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Brasil 70,1
20º) Universidad Nacional de La Plata Argentina 69,2
28º) Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) Brasil 61,1
31º) Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Brasil 59,6
33º) Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) Brasil 58,8
35º) Universidade Federal de São Carlos (UFScar) Brasil 56,0
37º) Pontificia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Brasil 55,7
38º) Universidade Federal do Paraná Brasil 55,1
42º) Universidade Federal da Bahia (UFBA) Brasil 53,2
45º) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Brasil 50,7
55º) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Brasil 47,7
59º) Universidade Federal de Viçosa (UFV) Brasil 45,5
61º) Universidade Estadual de Londrina (UEL) Brasil 44,9
69º) Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Brasil 42,1
72º) Universidade Federal Fluminense (UFF) Brasil 40,8
76º) Universidade Federal do Ceará (UFC) Brasil 39,5
81º) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Brasil 37,0
82º) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Brasil 36,8
83º) Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Brasil 36,6
88º) Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Brasil 34,6
93º) Pontificia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Brasil 33,3
95º) Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Brasil 33,1
96º) Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Brasil 32,5
97º) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Brasil 32,4
98º) Universidade Federal do Rio Grande (Furg) Brasil 32,3

Fonte:

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ESTADO X FIFA: NESSE JOGO JÁ SE SABE O RESULTADO

O impasse entre governo brasileiro e FIFA é o melhor exemplo para se refletir sobre a atual ordem mundial e o declínio dos Estados Nacionais.

A FIFA mais que propõe, exige: o governo brasileiro terá que alterar leis, como as que constam no Estatuto do Idoso e do Torcedor.

Devido aos interesses muito próprios da FIFA, os brasileiros são forçados à alterarem direitos e deveres estabelecidos pela Constituição.

Dessa forma, a FIFA impõe que se deixe de oferecer a meia entrada à terceira idade, ao  estudante, ou que, durante o período da Copa do Mundo, em 2014, o comércio de bebida alcoólica seja autorizado nas arquibancadas dos estádios-sedes do evento.

Leis que estão na Constituição de um país soberano sofreriam alterações momentâneas, sob o peso da influência de uma entidade esportiva que se mostra muito mais forte do que qualquer Estado.

A FIFA se coloca como uma entidade supranacional, que não segue nenhuma normativa por parte de instância alguma.

Dá, portanto, sinais de forças ainda maiores que da própria ONU, pois suas decisões não passam pelo crivo de nenhuma discussão, a não ser aquela que ocorre nas próprias entranhas da entidade.

É a demonstração, em pleno século XXI, de um extremo autoritarismo, que revestido por uma petulância ímpar interfere sem nenhum tipo de cuidado nos rumos de qualquer nação ao seu bel-prazer.

Logo, pode-se afirmar, sem medo algum de errar, que a FIFA está entre o que há de mais anti-democrático nas intâncias ocidentais da sociedade contemporânea.