Diante da última rodada do Campeonato Brasileiro e do frisson que a tabela está causando, nada é mais apropriado do que lembrar a origem do termo dérbi - ou derby, grafia que os mais conservadores, ainda influenciados pelos termos ingleses no futebol, devem preferir.
Corinthians e Palmeiras, Vasco e Flamengo, Botafogo e Fluminense, Internacional e Grêmio, Cruzeiro e Atlético Mineiro, Atlético Paranaense e Coritiba, Avaí e Figueirense, assim como Boca Jrs e River Plate, Nacional e Peñarol, Milan e Internazionale, Roma e Lazio ou Rangers e Celtic – talvez a mais radical das rivalidades futebolísticas - não se tratam apenas de simples partidas entre times rivais.
Esses encontros são, na verdade, a exemplificação por excelência do elemento que talvez mais encante no futebol, pois materializam as distinções que permeiam o imaginário da própria sociedade.
Esses jogos são enfrentamentos entre clubes ao mesmo tempo tão próximos e tão diferentes. Próximos na localização geográfica, divididos por bairros, algumas vezes ruas e, por outro lado, com origens, com discursos, com idealizações completamente contrárias.
Segundo o historiador Hilário Franco Jr., é exatamente isso que o termo dérbi quer dizer:
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“... na origem referia-se à partida do futebol pré-moderno jogado na Terça-Feira Gorda entre duas paróquias da cidade inglesa de Derby e desde 1909 às partidas entre times de uma mesma localidade. De toda forma, os dérbis atualizaram rivalidades ancestrais, oposições (reais ou imaginárias) políticas, religiosas, étnicas.” *
Assim, dérbi é mais que um clássico, representa mais que um tradicional confronto entre times rivais. Pois, é o confronto entre clubes tradicionalmante rivais de uma mesma localidade, de uma mesma cidade. 
Daí, os jogos entre Guarani e Ponte Preta ou Palmeiras e Corinthians e tantos outros dispensarem qualquer outro apelido, qualquer outra classificação, a não ser o dérbi campineiro, o dérbi paulista enfim, o dérbi da respectiva cidade.
* FRANCO JR, Hilário. A dança dos deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Cia das Letras, 2007. p. 222.
Professor, quem fala é seu aluno Cesar o J.Paulo. Gostei de seu blog, especialmente desta parte de derbis. Gostaria que escreve mais sobre estes jogo principalmente do nosso Verdão com o Time da Globo, ou do que é o maior do mjundo:Rangers e Celtics, que chega a RELIGIÃO. Abraços, Cesar
ResponderExcluirBoa César!
ResponderExcluirInclusive o Celtic x Rangers é um ótimo assunto. Atualmente, enquanto o Celtic está bem,rebaixaram por questões político-administrativas o Rangers para a 3ª divisão!
Vamos ver isso sim! Espere o professor ter um tempinho!
Um abraço!
Sim professor, o Celtic nas Champions, mesmo tendo poucas, quase nenhuma, chance de ser campeão, vive um bom bom momento. Um clássico que vale ressaltar é o velho e bom Come-Fogo, que vivenciamos este ano ano no Campeonato Paulista. Gosto de derbys, e busco sempre saber alguns clássico novos. Quando fui ao interior de SP, em Marília, descobri um novo derby: Marília e Noroeste. Acho interessante estes classicos do interior, pois suas histórias vem de familias até histórias muito antigas. Abraço Cesar
ExcluirExistem outros Derbys espalhados pelo o interior paulista. Em Limeira Internacional X Independente, em São José do Rio Preto América X Rio Preto , o próprio Noroeste de Bauru X Oeste de Itápolis. O futebol esquecido nesses campos do interior paulista, permanecem vivos nos torcedores locais.
ExcluirExistem outros Derbys espalhados pelo o interior paulista. Em Limeira Internacional X Independente, em São José do Rio Preto América X Rio Preto , o próprio Noroeste de Bauru X Oeste de Itápolis. O futebol esquecido nesses campos do interior paulista, permanecem vivos nos torcedores locais.
ExcluirCerteza, Pablo. A mídia esquece, os tradicionalmente envolvidos não.
ResponderExcluirNa Wikipedia a origem é outra e remete à corrida de cavalos que leva o nome de Derby, na Inglaterra.
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