quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O último da grande e ótima leva do final do século XX

Os anos 1990 foram marcantes para todos aqueles que amam futebol, sobretudo o futebol brasileiro.

Anos de Edílson, Edmundo, Evair e Zinho! Da máquina tricolor de Mestre Telê Santana!

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De São Marcos! De Taffarel! De Zetti! De Ronaldo! De Dida!

De Marcelinho Pé de Anjo, do fim de Neto...

De Alex, de Djalinha, de Raí, de Mauro Silva e de vários "inhos" que ainda desfilavam técnica e habilidade pelos gramados...

Anos do “Carrocel Caipira” lá de Mogi-Mirim: Valber, Rivaldo e Leto - e como jogava o craque que começa com a letra “R”…

“R” bendito, aliás… os anos 90 foram de Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho - que precocemente aparecia pro mundo no finalzinho daquele século…

Os 90 também foram do “r” no final, do garoto de ouro da Portuguesa, de vida curta e fim trágico, do craque Dener!

Década de 1990 das arquibancadas de cimento, de torcidas organizadas cada vez maiores, do pular, cantar e vibrar em pé, até ficar rouco, e com bandeiras tremulando livremente ao som dos instrumentos de percussão – mesmo nos estádios de São Paulo!

Tempo bom! Tempo ótimo! Tempo que definitivamente parecem ter ficado pra trás…

A grama sintética, o futebol de vídeo-game, as chuteiras coloridas, as tatuagens que colocam a pele e o manto em segundo plano e as Arenas plastificadas mostram a distância que o novo século impôs entre a arte e o pragmatismo, entre o sujeito que inventa e o sujeitado que repete, entre o tal “futebol raíz” e o tal “futebol Nutella” - outra bobagem do momento…

Zé Roberto, deixa os gramados aos 43 anos.
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E Zé Roberto foi o último dos que vieram daquela outra época.

O cara que fez peneira no areião da Portuguesa, que estreou em 1994, que comeu grama, que correu com camisas muito maiores que seu corpo franzino, diante de torcedores que iam para o estádio com camisas esfarrapadas… deixou o futebol.

Zé ao parar e jogar suas medalhas no lixo – literalmente – enterrou os anos 1990!

Contudo, recupero uma palavra que insistiu em suas falas finais: “LEGADO”.

Toda sua experiência, toda a vivência de um outro, importantíssimo e inesquecível tempo, não será perdida.

Zé Roberto aceitou o convite da diretoria da Sociedade Esportiva Palmeiras e, a partir de janeiro, assumirá o cargo de Acessor Técnico, com participação direta no futebol!


E a nossa Sociedade Esportiva PALMEIRAS contribui de novo para o futebol brasileiro como um todo!


Ganha também o próprio Palmeiras. 

Ainda mais sai beneficiado a promessa Roger Machado, que iniciou sua trajetória como técnico recentemente e já experimentou o caldeirão de um elenco como o que tem o Galo.

O PALMEIRAS, vem para o 2018 com um elenco visivelmente instável, com peças que não primam pela polidez, como são os casos de Lucas Lima, de Weverton e, porque não dizer, de Diogo Barbosa.

Diante desse quadro, Zé tem muito a contribuir e ensinar. Espera-se que o ouçam.

Tarefa difícil para essa geração, que parece gostar mais de repetir do que refletir.




segunda-feira, 13 de novembro de 2017

E a Copa do Mundo 2018 começou, não para Itália!

A única campeã do mundo que não estará em 2018 será a Azzurra.

A tetracampeã.
A Seleção do gigantesco Gianluigi Bufon.

A Seleção do zagueiro bola de ouro, que contrariou a lógica dos atacantes: Fabio Canavarro.

A Seleção de Salvattore "Totò" Schilaci, jogador que fez história na Copa não vitoriosa de 1990.

A Azzurra de Paolo Rossi, carrasco da Seleção Brasileira, do futebol-arte, de 1982.

A Seleção que fez final com os brasileiros duas vezes: 

  • que foi vice no penal desperdiçado por Roberto Baggio, em 1994, 
  • e que foi vice novamente na final impossível de se mudar o planos dos deuses, em 1970.

A Seleção que não viu o nascimento do Édson - Pelé pro mundo - em 1958.

A Azzurra de Mussolini, que sediou e teve que vencer a Copa de 1934.

A Seleção que desistiu do primeiro mundial, logo em terras de tantos “oriundis”, na América – tão longíqua para o ano de 1930.

Enfim, 2018 não existirá para tantos italianos natos e, em grande parte, também para os descendentes espalhados pelo mundo, que jamais deixavam de torcer pela Squadra Azzurra, cada um à sua maneira.