segunda-feira, 28 de maio de 2012

ITÁLIA, FUTEBOL E CORRUPÇÃO: DENÚNCIAS E TÍTULOS MUNDIAIS


Surge um novo candidato ao título da Copa do Mundo de 2014. Não, necessariamente, pelo potencial técnico de seu atual futebol.

A política italiana e as falactruas do Calcio estão historicamente associados aos títulos conquistados pela Squadra Azzurra:

O bicampeonato mundial de 1934/38:

Apesar de ter se recusado a comparecer no 1º mundial, realizado no Uruguai – que, aliás, oferecia várias regalias para que o convite fosse aceito –, a Itália fascista, liderada por Mussolini, fez de tudo para sediar e vencer o evento.

E venceu! Não só o de 1934, mas o de 1938, na França, e de quebra a Olímpiada de 1936, em Berlin, em plena Alemanha Nazista – sua aliada na 2ª Guerra Mundial.


http://www.brasilescola.com/educacaofisica/mussolini-copa-mundo.htm
Tudo se deu através de um plano que começou com a organização do próprio campeonato italiano:

“O pano de fundo disso foram os dividendos políticos almejados pelo regime fascista com a popularidade do futebol. O primeiro campeonato verdadeiramente italiano e, não mais simples disputa entre os campeões do torneio do Sul e do Norte, ocorreu em 1929 sob estímulo governamental.” (Hilário Franco Jr., p. 50)



O tri de 1982, derrubando o fantástico Brasil de Telê, Zico e Falcão:

O campeonato Italiano – Calcio – esteve constantemente associado à corrupção, desde o momento em que esteve ligado ao mundo das apostas:
http://www.oleole.com/pictures/fifa/italiacampione1982/mp86eo.asp

”Na Itália, a revista Il Calcio lançou em 1923 um concurso de prognósticos, percursor da loteria futebolística nascida em 1946 e tornada oficial (Totocalcio) dois anos depois. Loteria objeto de enorme escândalo quando se descobriu, em março de 1980, que por causa dela certas partidas eram manipuladas pelos jogadores. O Milan e a Lazio foram administrativamente rebaixados para a segunda divisão, treze jogadores de diferentes equipes foram presos, vários deles (inclusive Paolo Rossi, que em 1982 seria o herói da Itália na Copa do Mundo) foram presos por muitos meses. (...).” (Hilário Franco Jr., p. 52)


O Tetra, em 2006 – da cabeçada do craque Zidane no zagueiro Materazzi:

A Itália politicamente estava em frangalhos e no plano futebolístico havia sido descoberto um sistema enorme de corrupção na arbitragem, o que veio a levar ao rebaixamento da Juventus de Turim, como forma de punição.

E veio o título (!) de uma seleção que, como em 1982, nem de longe possuía algum favoritismo.

Em números, confira a repercussão do título para o país, agora, em êxtase:

  • 35 milhões de pessoas de italianos (num total de 58 milhões) assistiram à partida pela televisão;
  • 2,3 milhões de pessoas compraram o principal cotidiano esportivo (La Gazzetta dello Sport);
  • 1 milhão de torcedores acompanhou nas ruas a chegada dos campões;
  • O presidente italiano, Giorgio Napolitano, expressou o sentimento geral ao saudar os jogadores: ‘A Itália recomeça com vocês.’
(Hilário Franco Jr., p. 175)



Agora, nova denúncia de manipulação de jogos do Calcio há exatos dois anos da Copa do Mundo de 2014:

19 jogadores foram detidos por suspeitas de resultados combinados, entre eles o capitão da Lazio, Stefano Mauri.

Alguém, possivelmente em Singapura, acertava resultados “interessantes” para alguns ganharem muito com apostas.

Ainda estão envolvidos: Omar Milanetto, jogador do Pádua; Criscito, da Azzurra; e o técnico campeão da Juve, Conte – que havia acabado de renovar contrato com la vecchia signora até 2015.

Quem pode garantir que a lógica da compensação das crises políticas, econômicas e futebolísticas não se materializarão na Copa do Mundo do Brasil?


Fontes:

FRANCO JR., Hilário. A dança dos deuses: futebol, sociedade,cultura. São Paulo: Cia. das Letras, 2007.

Site Futebol Portugal:
http://futebolportugal.clix.pt/2012/05/italia-dezanove-jogadores-detidos-por-suspeitas-de-resultados-combinados/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+futebolportugal+%28Futebol+Portugal%29

http://futebolportugal.clix.pt/2012/05/juventus-conte-renova-por-3-anos/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+futebolportugal+%28Futebol+Portugal%29
Acesso: 28 mai. 2012, 12h.

sábado, 26 de maio de 2012

BRASIL X DINAMARCA: SURGIU ALGO PARA OLIMPÍADA?

Parece que a Seleção Brasileira vai se acertando para a Olimpíada.

É certo que a Dinamarca está, em todos os sentidos, há décadas de distância do futebol apresentado pela encantadora “Dinamáquina” de 1986. Mas, a própria Seleção Brasileira contribuiu para aumentar as dificuldades do adversário.


1º Tempo

O mais interessante foi ter ouvido os comentários de Neto antes do início da partida. Para ele, Hulk na Seleção é uma piada e, claro, o mau gosto costumeiro de suas expressões chulas veio seguida do comentário infame:  “Hulk na Seleção, daqui há pouco teremos Mulher Maravilha também”!.

E quem abriu o placar num belo gol? Primeira participação e Hulk acerta um belo chute cruzado.

E Neto? Culpou o goleiro da Dinamarca, dizendo que ele parece não conhecer Hulk que sempre mete gols com tais chutes. Ora, quem é que tinha obrigação de conhecer, o goleiro ou o próprio Neto?

Segundo gol: Hulk rouba a bola e Oscar – muito à vontade com a 10 -  faz um lindo corte, ao voltar para Hulk, o zagueiro dinamarquês põe contra sua própria meta.

Terceiro gol: para desgraça de Neto, golaço de Hulk!
Aos 30 minutos Jeferson fez uma bela defesa. Apesar de impedimento marcado, após o cabeceio o goleiro botafoguense foi buscar a bola – lembrou, de longe, aquela defesa de São Marcos na Copa de 2002 no difícil 1 a 0 contra a Turquia.

Já no final do 1º tempo Jeferson foi numa bola meio esquisito, mas, em dois tempos, conseguiu fazer a defesa.

Final de 1º Tempo e pode se afirmar:

Finalmente, a Seleção de Mano Menezes apresentou um bom futebol!



2º Tempo
10 minutos de jogo e Leandro Damião mostra que estava realmente mal. Apagado na etapa inicial fura uma bola bem cruzada pelo lateral Marcelo.

O lateral “madrileno”, por sua vez, era outro que se apresentava muito bem!
Jefferson, aos 13’, promove mais um lance preocupante. O goleiro tentou driblar o atacante dinamarquês: foi ridículo!

Em seguida, Thiago Silva tira uma bola bem cruzada que tinha tudo para acabar em gol: Lance de imensa categoria!
Aos 24’ Mano substituiu o bom Marcelo pelo ex-santista Alexsandro.

Aos 25’ a Dinamarca fez um golaço com Bentner... em completo impedimento!
E entra Rafael do Manchester United, estreando na Seleção, para a saída do lateral Danilo.

30’ Wellington Nem, do tricolor carioca, no lugar de Leandro Damião, do Inter de Porto Alegre.
Aos 34’, o capitão da Dinamarca pisa no tornozelo de Oscar.

34’ e Lucas, do São Paulo, que pouco fez no amistoso, foi substituído por Juliano, do Inter.
40’ Sai Sandro e entre o são-paulino Casemiro, no meio-campo.

No finalzinho, Hulk foi substituído por Bruno Uvini.

Valeu pelo 1º tempo: foi um bom sinal dessa nova – e até que enfim NOVA – Seleção!
VEJA:

sexta-feira, 25 de maio de 2012

CENTENÁRIO DE MÁRIO AMÉRICO: O MAIS EMBLEMÁTICO MASSAGISTA DO FUTEBOL BRASILEIRO


25 de maio, Dia do Massagista, nada melhor do que lembrar desse importante personagem do nosso futebol que, em 2012, completaria 100 anos.
Mário América com a bola da final de 1962
Wikpedia.org
O futebol abarca, cada vez mais, uma gama enorme de profissionais. Não só abre espaços para diversas atividades como também torna pública suas figuras.

E Mário Américo foi um dos primeiros a conquistar o posto de celebridade, aproximando sua imagem a dos protagonistas principais, que naquela altura se restringia a de jogadores, a de técnicos e a de dirigentes.

Nascido em 28 de julho de 1912, no interior de Minas Gerias, cidade de Monte Santo, Mário Américo foi mais um migrante, viveu procurando “melhorar de vida” entre empreitadas no Rio de Janeiro e São Paulo.

Na capital paulista foi engraxate, auxiliar de mecânico, baterista de orquestra e lutador de boxe – começou pelas mãos do pai de Éder Jofre, kid Jofre!

Em 1934 foi para o Rio de Janeiro e algum tempo depois desistiu dos ringues. Um médico que o atendeu após uma luta, lhe sugeriu que procurasse o pessoal do Madureira, pois o massagista de lá estava por se aposentar e Mário poderia aproveitar a oportunidade.

Do Madureira, em 1941, foi para o Vasco da Gama, na época do sensacional “Expresso da Vitória” (conquistando os títulos cariocas de 1945/47/49/50).

Em 1952, foi contratado pela Portuguesa. Viveu a fase áurea de uma potência da época. A Lusa empenhou-se política e financeiramente em sua negociação, já que o massagista era reconhecido como fator de importância para as vitórias.
Lusa de 1968: (em pé) Orlando, Ulisses, Guracy, Zé Maria e Augusto;
(agachados) Mário Américo, Leivinha, Paes, Ivair, Lorico e Rodrigues.
http://lojafutebolretro.blogspot.com.br/2011/04/o-craque-disse-e-eu-anotei-ivair.html

Mário Américo se destacava porque com seus piques fantásticos não só atendia os atletas, mas também – pode-se  até dizer, principalmente – realizava o papel de pombo-correio. Transmitia informações do banco de reservas para os jogadores em campo numa época em que jamais o técnico se quer poderia levantar quanto mais aproximar-se da linha lateral.

A chegada de Mário na Seleção Brasileira se deu em 1949. Foi auxiliar de Johnson e só saiu em 1974.

Ou seja, trabalhou em toda a época gloriosa do Selecionado brasileiro, do vice de 1950 ao Tri de 1970, de Mestre Ziza ao Rei Pelé!
Seleção 1974, Brasil 0 x 1 Polônia: (em pé) Zé Maria, Leão, Toninho Perez e Alfredo;
(agachados) Mário Américo, Valdomiro, Ademir da Guia, Jairzinho, Rivelino e Dirceu.
http://blog.maismemoria.net/?cat=574

O craque Zizinho - de Bangu, de Flamengo, de São Paulo e da Seleção Brasileira- disse certa vez em depoimento colhido pelo Museu da Pessoa.net que Mário Américo era uma espécie de “cavalo”.

Na Seleção Brasileira da Copa de 1950, sob a direção do médico Newton Paes Barreto  e a serviço de dirigentes inescrupulosos que o queriam jogando mesmo com o joelho arrebentado,segundo o próprio Mestre Ziza, o massagista lançava mão de métodos brutos.

Mário Américo também conheceu uma época mais feliz na Seleção. Pode fazer parte do bi-campeonato, de 1958 e 62, e  construiu uma estreita relação com Paulo Machado de Carvalho – o Marechal da Vitória.

Aliás, foi para ele que Mário Américo cometeu uma das ações mais inusitadas da história das Copas.

Após a final vitoriosa do Brasil sobre a Tchecoslováquia, em 1962, Paulo Machado de Carvalho pediu a bola do jogo para o massagista. Este não se fez de rogado, correu muito, pegou a pelota e, depois, continuou correndo, desta vez, para furgir do árbitro russo Nicolai Latishev.

A atitude, além de grande alegria ao Marechal da Vitória, provocou a reação dos entojados dirigentes FIFA. Tanto Mário como o Dr. Paulo teveram que dar explicações. O doutor, chefe da delegação vitoriosa, devolveu a bola... dizem, uma falsa bola, pois a verdadeira ficou por aqui, hoje (fechada) no museu da Federação Paulista de Futebol.

Após 1974, o massagista deixou o futebol. Entrou para a polícia e, em 1981, foi eleito vereador, com 30 mil votos dos paulistanos.

Mário Américo, um dos mestres do entorno das 4 linhas, faleceu em SP, na Vila Nova Cachoeirinha,  no dia 9 de abril de 1990.


Obras e sites consultados:

Cardos, Tom; ROCKMANN, Roberto. O marechal da vitória: uma história de rádio, TV e futebol. São Paulo: A Girafa Editora, 2005.

BANCHETTI, Luciano Deppa. Memórias em jogo: futebol, Seleção Brasileira e as Copas do Mundo de 1950 e 1954. (dissertação). PUC-SP, 2011.


SitedaLusa.com Extra-oficial: http://www.sitedalusa.com/jogadores/304-mario-americo.html

quarta-feira, 23 de maio de 2012

ALEXANDRE PIRES, MR. CATRA E (ATÉ) NEYMAR: CAMPEÕES DO MAU GOSTO!

Alexandre Pires conseguiu de novo!
Não bastou em um passado não tão distante o artista chorar dianta da emoção (!?) de ter cantado para George W. Bush – o presidente dos Estados Unidos que não titubeava em mandar bomba sobre as cabeças de pessoas mundo a fora.
Agora, Alexandre Pires lança um clip muito pobre usando a imagem, no mínimo problemática, do funkeiro Mr. Catra.
Clip tão miserável na questão da letra, da música e das imagens que procura impressionar pelo forte cunho preconceituoso.
Basta ver o clip “Kong” que se percebem diversas táticas para chamar a atenção, custe o que custar. Seja pela exposição forçada da mulher como mero objeto sexual, seja pela exposição do homem negro como um ser animal.
Há ainda outros elementos que fazem parte dessa ação de mercado de extremo mau gosto.

O apelo ao uso de uma figura emergente do futebol: Neymar. Por tabela, o jovem ídolo acaba por causar desgaste tanto sobre sua imagem como sobre a do Santos.

Vale lembrar que o clube da Baixada se carcterizou historicamente pela força emanada de exaltados craques negros: de Pelé à Coutinho, de Juari à Robinho e de tantos outros.
Apela-se também para forçar uma relação com o fenômeno “Ai, se eu te pego!”, de Michel Teló.

Isso é o que procura mostrar uma matéria da Rede Globo do Triângulo Mineiro em que se força a barra para relacionar a “dança do Kong” a uma comemoração de Daniel Alves, após um gol pelo Barça. Claro que no meio da matéria não se deixa de citar o repetitivo e também problemático – do ponto de vista racial – refrão da música.
Nada é novo. Nem mesmo a tal ideia de relacionar negro, sexo, mulher e King Kong. Em abril de 2008, causou grande repercussão a capa da balada revista Vogue.
Gisele Bündchen e o jogador de basquete da NBA LeBron James são mostrados de corpos inteiros, com o jogador curvado, com o seu braço em volta da cintura de modelo. A capa foi acusada de preconceituosa por fazer alusão ao cartaz do filme King Kong, de 1933.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

HERRERA: PORTA VOZ DA MAIORIA DOS TORCEDORES BRASILEIROS (E NÃO SÓ DELES)


A tag #chupaglobo ficou entre as mais citadas no Brasil e Herrera passa a ser cultuado até por são-paulinos!
Não importa o motivo.

Após marcar 3 dos 4 gols da virada botafoguense sobre o São Paulo, o “NÃO” ao pedir música para o programa do Fantástico é sinal do grau de rejeição da Rede Globo.

Herrera mostra que a emissora que manipula o futebol brasileiro já não está sendo engolida por vários segmentos do futebol.
Já não surgem apenas manifestações como as das torcidas da Ponte Preta e Santos que gritaram em alto e bom som, para quem quisesse ouvir - até mesmo pela própria TV - que, diante dos resultados, a Rede Globo havia se f... (dado mal).
O índice negativo não aparece somente entre torcedores do país que vêm suas respectivas paixões relegadas à planos inferiores, diante de uma ou outra escolha da “toda-poderosa”.
Herrera mostrou, como Dunga já havia demonstrado na última Copa, que mesmo entre muitos dos profissionais da bola a maneira desrespeitosa Global não está sendo aceita passivamente.
Portanto, se os resultados dos campeonatos de São Paulo e do Rio de Janeiro não seguiram o script desejado pela Rede Globo, a primeira rodada do Brasileirão já deu manifestação que a situação pode ser ainda pior.
Depois do NÃO de Herrera foi ainda pior a tentativa de explicar a situação por parte de Tadeu Shimidt durante o programa do Fantástico. Veja:

sexta-feira, 11 de maio de 2012

SELEÇÃO: PAUSA PARA REFLEXÃO

Ao momento que li os convocados da Seleção Brasileira, de um Mano isolado, lembrei-me de Dunga.

Pois é.

Neste momento, em que a porca está torcendo o rabo de Mano Menezes, ele pareceu sóbio e colocou nomes que em seu conjunto não nos soa mal.

Agora, sem Teixeira, sem apoio de outros canais, Mano parece querer o óbivio, o lógico. Sem Ronaldices e outras tolices mais.

Diante desse cenário, não é nada mal lembrar do técnico Dunga e de seus doloridos momentos na Copa do Mundo de 2010.

O vídeo abaixo traz a coletiva de Dunga do dia 24 de junho de 2010, um antes do jogo em que a Seleção empatou sem gols com os portugueses.

O vídeo, em seguida, lembra do quanto a Rede Globo está envolvida com questões variadas de nossa sociedade: