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de maio, Dia do Massagista, nada melhor do que lembrar desse importante
personagem do nosso futebol que, em 2012, completaria 100 anos.
Mário América com a bola da final de 1962 Wikpedia.org |
E
Mário Américo foi um dos primeiros a conquistar o posto de celebridade, aproximando
sua imagem a dos protagonistas principais, que naquela altura se restringia a
de jogadores, a de técnicos e a de dirigentes.
Nascido
em 28 de julho de 1912, no interior de Minas Gerias, cidade de Monte Santo, Mário
Américo foi mais um migrante, viveu procurando “melhorar de vida” entre
empreitadas no Rio de Janeiro e São Paulo.
Na
capital paulista foi engraxate, auxiliar de mecânico, baterista de orquestra e
lutador de boxe – começou pelas mãos do pai de Éder Jofre, kid Jofre!
Em
1934 foi para o Rio de Janeiro e algum tempo depois desistiu dos ringues. Um
médico que o atendeu após uma luta, lhe sugeriu que procurasse o pessoal
do Madureira, pois o massagista de lá estava por se aposentar e Mário poderia
aproveitar a oportunidade.
Do
Madureira, em 1941, foi para o Vasco da Gama, na época do sensacional “Expresso
da Vitória” (conquistando os títulos cariocas de 1945/47/49/50).
Em
1952, foi contratado pela Portuguesa. Viveu a fase áurea de uma potência da
época. A Lusa empenhou-se política e financeiramente em sua negociação, já que o massagista
era reconhecido como fator de importância para as vitórias.
Lusa de 1968: (em pé) Orlando, Ulisses, Guracy, Zé Maria e Augusto; (agachados) Mário Américo, Leivinha, Paes, Ivair, Lorico e Rodrigues. http://lojafutebolretro.blogspot.com.br/2011/04/o-craque-disse-e-eu-anotei-ivair.html |
Mário
Américo se destacava porque com seus piques fantásticos não só atendia os
atletas, mas também – pode-se até dizer, principalmente – realizava o papel de
pombo-correio. Transmitia informações do banco de reservas para os jogadores em campo numa época em
que jamais o técnico se quer poderia levantar quanto mais aproximar-se da linha lateral.
A
chegada de Mário na Seleção Brasileira se deu em 1949. Foi auxiliar de Johnson
e só saiu em 1974.
Ou
seja, trabalhou em toda a época gloriosa do Selecionado brasileiro, do vice de
1950 ao Tri de 1970, de Mestre Ziza ao Rei Pelé!
Seleção 1974, Brasil 0 x 1 Polônia: (em pé) Zé Maria, Leão, Toninho Perez e Alfredo; (agachados) Mário Américo, Valdomiro, Ademir da Guia, Jairzinho, Rivelino e Dirceu. http://blog.maismemoria.net/?cat=574 |
O
craque Zizinho - de Bangu, de Flamengo, de São Paulo e da Seleção Brasileira- disse certa vez em depoimento colhido pelo Museu da Pessoa.net que Mário
Américo era uma espécie de “cavalo”.
Na
Seleção Brasileira da Copa de 1950, sob a direção do médico Newton Paes Barreto
e a serviço de dirigentes inescrupulosos
que o queriam jogando mesmo com o joelho arrebentado,segundo o próprio Mestre Ziza, o massagista lançava mão
de métodos brutos.
Mário Américo também conheceu uma época mais feliz na Seleção. Pode
fazer parte do bi-campeonato, de 1958 e 62, e construiu uma estreita relação com Paulo
Machado de Carvalho – o Marechal da Vitória.
Aliás,
foi para ele que Mário Américo cometeu uma das ações mais inusitadas da
história das Copas.
Após
a final vitoriosa do Brasil sobre a Tchecoslováquia, em 1962, Paulo Machado de
Carvalho pediu a bola do jogo para o massagista. Este não se fez de rogado,
correu muito, pegou a pelota e, depois, continuou correndo, desta vez, para furgir do
árbitro russo Nicolai Latishev.
A
atitude, além de grande alegria ao Marechal da Vitória, provocou a reação dos
entojados dirigentes FIFA. Tanto Mário como o Dr. Paulo teveram que dar
explicações. O doutor, chefe da delegação vitoriosa, devolveu a bola... dizem,
uma falsa bola, pois a verdadeira ficou por aqui, hoje (fechada) no museu da
Federação Paulista de Futebol.
Após
1974, o massagista deixou o futebol. Entrou para a polícia e, em 1981, foi eleito vereador, com
30 mil votos dos paulistanos.
Mário
Américo, um dos mestres do entorno das 4 linhas, faleceu em SP, na Vila
Nova Cachoeirinha, no dia 9 de abril de
1990.
Obras e sites consultados:
Cardos, Tom; ROCKMANN, Roberto. O marechal da vitória: uma história de rádio, TV e futebol. São Paulo: A Girafa Editora, 2005.
BANCHETTI, Luciano Deppa. Memórias em jogo: futebol, Seleção Brasileira e as Copas do Mundo de 1950 e 1954. (dissertação). PUC-SP, 2011.
SitedaLusa.com Extra-oficial: http://www.sitedalusa.com/jogadores/304-mario-americo.html
Obras e sites consultados:
Cardos, Tom; ROCKMANN, Roberto. O marechal da vitória: uma história de rádio, TV e futebol. São Paulo: A Girafa Editora, 2005.
BANCHETTI, Luciano Deppa. Memórias em jogo: futebol, Seleção Brasileira e as Copas do Mundo de 1950 e 1954. (dissertação). PUC-SP, 2011.
Literatura na Arquibancada: http://www.literaturanaarquibancada.com/2012/01/o-centenario-de-mario-americo.html
SitedaLusa.com Extra-oficial: http://www.sitedalusa.com/jogadores/304-mario-americo.html
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