sexta-feira, 22 de julho de 2011

HÁ 60 ANOS ERA CONQUISTADO O PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL DE UMA EQUIPE BRASILEIRA

A conquista da Copa Rio de 1951 pelo Palmeiras não foi importante apenas do ponto de vista psicológico para o futebol brasileiro, como afirmam diversos estudiosos. Também fez parte de um processo de afirmação do Brasil no cenário mundial futebolístico.



O aspecto psicossocial da 1ª conquista de um torneio mundial por uma equipe brasileira foi abordado por Mário Filho em em seu clássico “O Negro no Futebol Brasileiro” (1964), quando abre esta que foi a segunda edição do livro - um complemento à primeira de 1947 - narrando a conquista palestrina e a imensa repercussão do feito no Maracanã de um Rio de Janeiro ainda amargurado pela derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950. Ainda mais, um feito que teria aberto as portas para o ápice dos bi-campeonatos mundiais de 1958 e 62.

Além desse elemento destacado por muitos, inclusive pelo próprio Palmeiras em seu site oficial, deve-se considerar também o quanto naquela época os interesses dos mais diversos segmentos da sociedade brasileira se voltavam como nunca para o futebol.

O vice-campeonato da Seleção de 1950 não foi apenas tragédia, já que inseriu o futebol brasileiro no seleto grupo de forças mundiais enquanto selecionado, enquanto equipe, superando assim a individualidade do jogador - já há muito reconhecida. A Copa de 1950 também mostrou o Brasil como um mercado promissor e administrativamente capaz de conduzir grandes eventos.

Essa situação desembocou no 1º Campeonato Mundial Interclubes, como narro em minha dissertação de mestrado:

“A proposta, agora, muito mais que antes, parecia estar se encaminhando, no sentido de somar forças, visando jogos internacionais que, por sua vez, se tornariam cada vez mais comuns. Se a Copa do Mundo fora um estrondoso sucesso, no plano diplomático e, principalmente, financeiro, do qual tanto CBD quanto FIFA tornaram-se os grandes beneficiados, o campeonato mundial de clubes sairia do papel já no ano seguinte. E, nesse mesmo sentido, a Copa Rio, em 1951, conseguiu atingir os mesmos objetivos que o Mundial de Seleções.
Além dos lucros da FIFA e da CBD, esses acordos e projetos trouxeram ganhos aos clubes brasileiros também. Excursões para vários lugares, inclusive para a Europa, eram realizadas, cada vez mais, na medida em que o futebol do país apresentava-se tanto como força política na realização de grandes eventos, como força técnica.

Nesse último quesito, o momento se fazia bastante interessante para o futebol nacional: além do vice-campeonato e das grandes vitórias da Seleção Brasileira na Copa de 1950, a S. E. Palmeiras tornou-se campeã do primeiro mundial de clubes, na bem-sucedida Copa Rio de 1951. O Fluminense F.C., em 1952, e o C. R. Vasco da Gama, em 1953, também venceram as versões seguintes (...).”

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog, é mais uma informação , mais conhecimento para os palmeirenses , poucos tem a lembrança do 1º tíulo mundial do Brasil.
    Jack, Japa, Jhou, Xê. Hiroshi.

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  2. A memória e seus silêncios é algo que acontece no futebol como um todo, mas podemos tentar reverter tal situação. Essa é nossa meta!

    Valeu, Hiroshi!!!!!!!!!!!

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