quarta-feira, 13 de julho de 2011

EL CLASICO DEL PACÍFICO


Considerada uma das maiores rivalidades futebolísticas do mundo, chilenos e peruanos se encontraram há poucas horas.


Uma partida do grupo C da Copa América que, teoricamente, não tinha tanta importância, pois diante das boas partidas anteriores realizadas, tanto a seleção peruana quanto a chilena já estavam classificadas para a próxima fase da competição. Deveria ficar, dessa forma, o principal embate, entre as seleções do Uruguai e do México que disputariam a última possibilidade de classificação no mesmo grupo.

Contudo, na prática, o que se viu foi um encontro que ratificou o “Clássico do Pacífico” como uma excelente amostra do poder que o futebol tem em catalisar o que acontece em outros campos da sociedade - dores e amores que acabam por se materializar em uma partida.

Mas por que tanta rivalidade neste caso?

No fim do século XIX, Peru e Bolívia entraram em conflito com chilenos por questões territoriais. A “Guerra do Pacífico”, como ficou conhecida, terminou com o Chile se sobrepondo e ficando com a área de Tarapacá, dos peruanos, e com Antofogasta, da Bolívia, o que tirou a saída para o mar desta nação.

Tal questão se arrasta até nossos dias. No caso dos bolivianos, algo a ser revisto por imposição da própria constituição do país. Nas construções narrativas que inventam a nação, tais conflitos e seus resultados são utilizados por cada um dos envolvidos ao seu modo, criando preconceitos e ressentimentos, que no calor das partidas entre ambos afloram.

Na história da Copa América, até antes deste último jogo, foram 18 encontros entre chilenos e peruanos, com 6 vitórias de cada lado e mais 6 empates.

No jogo desta edição 2011, todos os elementos do que se entende por um clássico futebolístico estiveram presentes: jogo nervoso, truncado, marcado por constantes e duras faltas, brigas, amarelos e expulsões de ambos os lados, e alguns lances em que o jogador usa de grande habilidade para tentar criar.

Para muitos seria este um jogo taxado como “feio”, para outros – entre os quais eu me incluo - uma excelente partida. Um momento em que se expõe uma das muitas facetas do futebol. A vontade de ganhar e a força, misturadas ao temor da derrota, do orgulho ferido, parecem asfixiar a atitude ofensiva que, por sua vez, insiste em aparecer, mesmo que custosamente.

Talvez, por isso, o técnico chileno, Claudio Borghi, tenha deixado somente para os últimos 30 minutos as entradas de Valdívia e Alexis Sanches (este cobiçado, entre outros, pelo Barcelona). Talvez, por isso, tentaram estes jogadores mais que jogaram...

E, por tudo isso, a partida acabou com um 1 a 0, aos 47 do 2º tempo, após um escanteio, com um gol contra peruano...

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