quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

AS BOLAS E TODAS AS COPAS DO MUNDO

Uma pequena história das bolas de futebol tendo como referência as Copas do Mundo.

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Até as três primeiras Copas do Mundo, ou seja, 1930 no Uruguai, 1934, na Itália e 1938 na Itália, a bola manteve as mesmas características.

Era uma esfera de couro com uma abertura por onde entrava a câmara de ar. Naturalmente, ficava um rasgo no meio da bola que era “costurado” com um cadarço.

Diante disso e de um couro que absorvia mais água que o próprio gramado – quando chovia a bola ficava com o dobro do seu peso – os jogadores sofriam muito.

Tente imaginar como seria cabecear uma bola dessas, interceptando uma reposição de bola do goleiro. Realmente, não devia ser fácil.
Superball
A coisa começou mudar na Copa de 1950. Aquela era a primeira depois da segunda guerra mundial. A primeira de um momento em que os avanços tecnológicos advindos da guerra seriam, agora, utilizados para o consumo, principalmente para uma indústria que muito prometia crescer, a do entretenimento.

A Copa de 1950 foi disputada no Brasil e a bola que serviu à competição foi a da marca Superball - Cia. Brasileira de Equipamentos Esportivos. Finalmente, a p|elota aparecia numa Copa do Mundo sem as temíveis fendas amarradas com cadarço, contudo o couro ainda encharcava demais quando chovia.

Até a década de 1960, o estilo manteve-se, inclusive a cor escura da bola. Como dizia meu pai, se entendia que durante o dia as bolas deviam ser marrom, ter cores escuras.

As mudanças começaram em 1966, com a “Special Edition” da Copa da Inglaterra: 300 bolas com 24 gomos feitas pela britânica Slazenger.
México 70
A Adidas surge em Copas na de 1970. Era o momento de grandes mudanças.

A bola que fica classicamente rolando na memória de muitos dos apaixonados, aquela alvinegra, com gomos em hexágonos e com a maestria de Pelé, Rivelino, Clodoaldo, Tostão e cia.

Estava, desde já, decretado que a prioridade era a televisão. Essa bola em movimento, para os jogadores, criava uma ilusão de fratura de suas partes, para os telespectadores, trazia um girar espetacular.
Tango
Fórmula que deu muito certo. A partir daí a Adidas trouxe a de 1974 praticamente igual e a de 78 com hexágonos substituídos por triângulos vazados: era a bola “Tango” – nada melhor, para lembrar Argentina.
A Tango Espanha, de 1982, não trouxe novidade visual, mas veio com pregas à prova d’agua.

A de 1986 trouxe uma mescla de triângulos com círculos e, pela primeira vez, passava a ser produzida com material sintético. A bola do mundial mexicano chamou-se Azteca, lembrando as antigas civilizações locais.


Realmente, a área do marketing vinha para ficar.

Em 1990, a bola Etrusco Único reverenciava os povos antigos que viveram na península itálica e muito contribuíram para a formação daquela parte da Europa. Foi uma bola que marcou, possivelmente, mais do que muitas partidas daquela Copa.
Tricolore

Na Copa da França, em 1998, veio a primeira bola multicolorida. Era azul, com galos estilizados, tudo ao gosto francês.
Fevernova

2002, na Copa da Coreia-Japão, o colorido veio com muito mais ousadia.

A Fevernova vinha, à moda asiática, repleta de novidades tecnológicas: espuma que prometia balões de ar internos, tudo para tornar a bola cada vez mais impermeável. Os jogadores de linha e suas testas agradeciam.

Porém, os goleiros começam a sofrer cada vez mais com bolas mais leves, mais propicias a descrevem trajetórias surpreendentes, muito menos pela competência dos artilheiros que pela força da natureza. Assim, a FIFA conseguia driblar um grave problema do final do século XX: a falta de gols.
Teamgeist
Em 2006, na Copa da Alemanha vem a Teamgeist que, em germânico, significa espírito de equipe. Eram 14 míseros gomo, uma esfera cada vez mais lisa. Mas, volta a ficar menos colorida.
Jabulani

2010, a Jabulani. Oito gomos, em formato 3D, mais lisa, mais leve. Uns elogiaram demais, outros reclamaram demais, sobretudo, aqueles atletas patrocinados pela Nike.



Quem sabe agora, na Copa do Brasil de 2014, não teremos a Gorduchinha?

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