quinta-feira, 10 de novembro de 2011

GANHOU O NEYNAR, GANHOU O SANTOS, GANHOU O BRASIL

Neymar fecha contrato com o Santos F. C. até 2014, ano da Copa do Mundo do Brasil.

Um marco. Esse termo pode, sem dúvida, classificar tanto o feito da diretoria santista como a atitude do craque.

A relação entre a permanência de Neymar e a Copa do Mundo de 2014 é muito significativa. A tal ponto de fazer lembrar passagens dos tempos áureos dos selecionados brasileiros permeados por ideias nacionalistas.

Para citar um caso, vale buscar o de Julinho Botelho que negou-se em fazer parte da delegação brasileira que estava sendo montada para a Copa do Mundo de 1958.

Julinho Botelho

Garrincha, campeão de 58

Ao ser cogitada a sua convocação, o ponta, um dos melhores da história, alegou que por estar atuando na Itália não seria justo o seu nome ser relacionado. Para Julinho, os que atuavam nos clubes brasileiros é que deveriam ter o direito de servir à pátria na Copa do Mundo.

Assim, pode-se tranquilamente dizer que se não fosse a atitude do craque Julinho, titularíssimo da Seleção na década de 1950, o Brasil e o mundo poderia ter ficado sem Garrincha que, naquele momento, ainda, era visto com ressalvas.

Porém, no caso de Neymar, a intensão é nem ir para a Europa. É ficar até a data da Copa.

Decisão histórica de um garoto que a cada dia se expressa melhor jogando e falando e que, assim, convence nos campos e fora dele.

A história começou mudar a partir da chegada de Muricy. O comportamento do jovem craque passou a ser totalmente diferente daquele período em que se envolveu em pequenas, mas constantes polêmicas.

Assim, a previsão catastrófica de Renê Simões – a de que se estava criando “um monstro” no futebol, lembram? – não vingou. Cabendo, atualmente, a expressão só se for para classificar o quanto é diferenciada a qualidade do jogador Neymar, jamais como Renê teve intenção em dizer.

O craque santista vem se revelando genial ao ponto de forçar mudanças de posição por parte de muitos. Não só a de Renê Simões, mas também a de grupos extremamente conservadores no Brasil e no mundo.

Até poucas semanas atrás, ouviam-se comentaristas da Rede Globo, sobretudo, Galvão Bueno, insistentemente criticar o modo de jogar de Neymar. Evidentes tentativas de esconder o que era impossível: a superioridade técnica do garoto perante os sonolentos e queridinhos da emissora e dos patrocinadores, como Ronaldinho ex-Gaúcho.

Mais que isso. O garoto da Baixada criou tanto nestes últimos tempos que fez seu brilho atravessar o Atlântico. Com suas belas jogadas fez a mídia europeia desviar seus olhares para uma direção que, até então, parecia não existir do ponto de vista eurocêntrico.

Desse modo:
Neymar desce goela abaixo da Rede Globo, sem estar no Rio ou na Europa.

Neymar entra na lista dos melhores do mundo da FIFA, sem jogar na Europa.

Neymar nega os euros de uma Europa em crise econômica – é bem verdade.

Ganha o futebol brasileiro.
 

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