terça-feira, 31 de janeiro de 2012

GARRINCHA, A BALADA Nº 7 DE MANOEL DOS SANTOS

No dia 20 de janeiro completaram-se 29 anos da morte de Mané Garrincha.

Líder maior da conquista do bi-campeonato mundial conquistado pela Seleção Brasileira no Chile, em 1962 – título que, aliás, neste ano completa 50 anos;

Grande responsável pelos dois primeiros gols que permitiram a virada da Seleção Brasileira na final da Copa de 1958, frente aos Suecos que ganhavam por 1 a 0 – duas jogadas idênticas, pela ponta-direita, em que Garrincha mais que cruzou, passou as duas bolas para o centroavante Vavá finalizar;

Maior nome da história do Botafogo. Contratado por influência da “enciclopédia” Nilton Santos, o segundo maior ídolo do time carioca;
Um craque, dono de uma personalidade irreverente que agradava em cheio botafoguenses e não botafoguenses, brasileiros e não brasileiros, ídolo que tinha a simpatia dos mais variados apaixonados pelo futebol;
Garrincha é o artista, o gênio, o herói, o deus, mais anti-herói, mais profano, mais simples de todos que passaram pelo futebol.

Contudo esse personagem único na história do Brasil, infelizmente, passa por um processo que tende a obscurecer sua memória.
blogdogersonnogueira.wordpress.com
Um exemplo é o da troca do nome do estádio Mané Garrincha, o Manezão.

O estádio de Brasília, que já se chamou Presidente Médice – acreditem! -, em 15 de dezembro de 1983, em reverência à morte do ídolo naquele ano teve alterado seu nome. Agora, diante dos preparos para a Copa de 2014 o governo de Brasília deseja a alteração para Estádio Nacional – como se Garrincha não fosse o mesmo que Nacional!?

A biografia “Estrela solitária: um brasileiro chamado Garrincha”, escrita nos anos 1990 por Ruy Castro não ajuda muito na preservação da memória do ídolo. No livro se apresenta um homem caricato, ingênuo aos limites máximos do excesso, uma espécie de Macunaíma do futebol.

Assim, fica para as lembranças apenas um sujeito extremamente problemático, desajuizado, um alguém vitorioso por mero acaso ou por exotismo exagerado, algo que de tanto que nasceu para dar errado acabou dando certo, quase que inexplicavelmente.

Triste ver essa tendência. Melancólico o esquecimento do ícone de nome fácil, de vida significativa, emblemática, sobretudo, para enormes parcelas da população brasileira.

Em contrapartida, uma das homenagens mais interessantes já feitas ao craque Mané foi a música Balada nº 7. A letra é de Alberto Luiz e a voz é do sensacional Moacir Franco, a canção lançada em 1970 – antes da despedida oficial de Garrincha, em 1973 - parece captar inclusive a tendência ao ostracismo de Mané na história, hoje em dia. Vale ver o clip:



Neste último domingo o programa Esporte Fantástico, da TV Record, elaborou uma interessante matéria sobre Garrincha e seu esquecimento. Vale assistir clicando no link abaixo:



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