O XV de Piracicaba, o futebol capira e o rádio: nostalgia sensacional!
Na primeira rodada do Paulistão deste ano o Trio de Ferro ganhou, o Santos – ainda com o time B – empatou. Até aí sem novidades.
Contudo, como o futebol teima sempre em encantar, emocionou a partida que realizou o Esporte Clube XV de Novembro, da cidade de Piracicaba.
16 anos afastavam o time do interior paulista da divisão principal do futebol do estado.
E a equipe tradicionalíssima voltou e já pareceu dizer a que veio: no mínimo retornou para emocionar os mais nostálgicos, como eu.
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Não pude assistir a partida de estreia contra o Santos do “Nho Quim”, como e ó apelido carinhoso desse time caipira.
Apenas tive a chance de ouvir o segundo tempo pelo rádio do carro, enquanto sozinho dirigia pela noite chuvosa de fim de domingo, na cidade de São Paulo.
E dirigia cada vez mais devagar para escutar a narração de um time humilde, mas valente, empurrado por uma torcida de respeito, que lotou o estádio Barão de Serra Negra e que buscava o empate a todo o custo contra um dos grandes, nada mais nada menos que o vice mundial, o melhor da América, o Santos.
Minha memória foi há mil!
Lembrei do quanto eu, ainda criança, percebia que um time grande da capital sofria, sofria muito, para arrancar um mísero ponto de um time caipira como o XV.
Também lembrei dos avisos de meu pai, dizendo que não era “bolinho” pegar um clube do interior paulista, ainda mais aquele das – para mim - emblemáticas listas horizontais do uniforme preto e branco.
Fantástico!
Cheguei a lembrar até do Zé Bétio. O locutor que todas as alvoradas tocava o clássico de Tonico e Tinoco enquanto, através das ondas do rádio, mandava as donas de casa jogarem um balde de água no marido dorminhoco.
Ao fim, aos 43 minutos do segundo tempo, ouvir sair o gol de empate do XV, para delírio da torcida local, foi uma benção sobre a memória, sobre a força e sobre a tradição do futebol caipira!
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