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Se é assim, como não aproveitar o caso Neymar e sua
transferência para o PSG para perceber esse atual estágio do sistema
capitalista, permeado pelo chamado neoliberalismo?
O caso na mídia - especializada ou não – passa por questões
mais pessoais, com perguntas do tipo: “você acha que Neymar fez o certo?” “A
fera vai ganhar a bola de ouro?” “Vale ir pro fancesão?” “Neymar foi ético?” “Coitadinho
do Barcelona”(sic) etc.
Infelizmente, pouco se reflete sobre o quanto a transação
Neymar – PSG é representativa nesse mundo “capEtalista”... E antes que você se
irrite e me chame de coisas do tipo “petralha”, “comunista”, vamos aos números.
O site da BBC, noticia de forma meio assustada os 222 milhões
de euros envolvidos na transação e lembra que o valor “esmaga o recorde
anterior”, quando Paul Pogba sai da Juventus de Turin para o Manchester United
por 89 milhões.
E aí temos o gráfico das transações milionárias desde 1995
até o “esmagador” Neymar.
Após analisar o gráfico, perceba o porquê até o todo-podero
Barcelona chia à respeito do negócio:
O gráfico explica muito desse nosso mundo, é só comparar com
os que se referem à economia mundial.
Lembro de uma matéria da Revista Exame, atualizada em 2015,
em que se reproduz dados da ONG britânica Oxfam.
Gráficos que revelaram “dados assustadores sobre a evolução
da desigualdade no mundo nos últimos anos” – palavras da própria Exame que,
convenhamos, está longe de usar referências vermelhas...
“Na coluna da esquerda, está a proporção da riqueza global.
A linha verde é a dos 99% mais pobres e a linha roxa é do 1% no topo”, olhe e - você que não é nenhum Barcelona - se assuste:
“As linhas pontilhadas apontam a concentração no futuro
próximo caso a tendência entre 2010 e 2014 continue inalterada”, estamos em 17
(só pra lembrar) repare e sofra:
“A linha roxa é a riqueza nominal dos 80 mais ricos e a
linha verde é a riqueza da parcela dos 50% mais pobres”, chore:
A ONG britânica finalizava com as seguintes dicas (entre
outras) para mudar a dura realidade:
“Concordar com uma meta global de enfrentamento da
desigualdade” (“ah, esses petralha!”);
“Garantir redes de segurança para os mais pobres, incluindo
uma garantia de renda mínima” (essa é parte que as panelas menos curtem);
“Introduzir legislação de pagamento igualitário e promover
políticas econômicas que deem às mulheres uma recompensa justa” (Temer’osos
com o fim das leis trabalhistas?);
“Investir em serviços públicos livres e universais como
saúde e educação” (Comunas ingleses?);
É... diante desses números e dessas dicas da Oxfan, diante
tamvbém do rumo que o Brasil “decidiu” tomar e do caso Neymar-PSG, fiquemos com
as choradeiras dos programas de domingo e acreditando que “querer é poder”,
seja para uma Portuguesa de Desportos, seja para um jogador de futebol do Mogi
Mirim, seja para um trabalhador terceirizado.
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Excelente artigp. Parabéns, camarada.
ResponderExcluirObrigado, sobretudo pela leitura.
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