quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Neymar e PSG explicam o Mundo

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A premissa que inspira este blog e as reflexões deste apaixonado por Futebol , não canso de repetir, vem de uma definição criada pelo grande historiador Hilário Franco Jr.: “Futebol é metáfora da vida”.

Se é assim, como não aproveitar o caso Neymar e sua transferência para o PSG para perceber esse atual estágio do sistema capitalista, permeado pelo chamado neoliberalismo?

O caso na mídia - especializada ou não – passa por questões mais pessoais, com perguntas do tipo: “você acha que Neymar fez o certo?” “A fera vai ganhar a bola de ouro?” “Vale ir pro fancesão?” “Neymar foi ético?” “Coitadinho do Barcelona”(sic) etc.

Infelizmente, pouco se reflete sobre o quanto a transação Neymar – PSG é representativa nesse mundo “capEtalista”... E antes que você se irrite e me chame de coisas do tipo “petralha”, “comunista”, vamos aos números.

O site da BBC, noticia de forma meio assustada os 222 milhões de euros envolvidos na transação e lembra que o valor “esmaga o recorde anterior”, quando Paul Pogba sai da Juventus de Turin para o Manchester United por 89 milhões.

E aí temos o gráfico das transações milionárias desde 1995 até o “esmagador” Neymar.
Após analisar o gráfico, perceba o porquê até o todo-podero Barcelona chia à respeito do negócio:


O gráfico explica muito desse nosso mundo, é só comparar com os que se referem à economia mundial. 

Lembro de uma matéria da Revista Exame, atualizada em 2015, em que se reproduz dados da ONG britânica Oxfam.

Gráficos que revelaram “dados assustadores sobre a evolução da desigualdade no mundo nos últimos anos” – palavras da própria Exame que, convenhamos, está longe de usar referências vermelhas...

“Na coluna da esquerda, está a proporção da riqueza global. A linha verde é a dos 99% mais pobres e a linha roxa é do 1% no topo”, olhe e - você que não é nenhum Barcelona - se assuste:




“As linhas pontilhadas apontam a concentração no futuro próximo caso a tendência entre 2010 e 2014 continue inalterada”, estamos em 17 (só pra lembrar) repare e sofra:




“A linha roxa é a riqueza nominal dos 80 mais ricos e a linha verde é a riqueza da parcela dos 50% mais pobres”, chore:

A ONG britânica finalizava com as seguintes dicas (entre outras) para mudar a dura realidade:

“Concordar com uma meta global de enfrentamento da desigualdade” (“ah, esses petralha!”);

“Garantir redes de segurança para os mais pobres, incluindo uma garantia de renda mínima” (essa é parte que as panelas menos curtem);

“Introduzir legislação de pagamento igualitário e promover políticas econômicas que deem às mulheres uma recompensa justa” (Temer’osos com o fim das leis trabalhistas?);

“Investir em serviços públicos livres e universais como saúde e educação” (Comunas ingleses?);

É... diante desses números e dessas dicas da Oxfan, diante tamvbém do rumo que o Brasil “decidiu” tomar e do caso Neymar-PSG, fiquemos com as choradeiras dos programas de domingo e acreditando que “querer é poder”, seja para uma Portuguesa de Desportos, seja para um jogador de futebol do Mogi Mirim, seja para um trabalhador terceirizado.
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