terça-feira, 11 de outubro de 2016

Golpe, PEC 241, Metrópolis e o futuro pessimista

Estava claro que em poucas horas a notícia da aprovação da PEC 241 chegaria...

Outro dia difícil.

Mais um dia em que nem o futebol me entusiasmava. Temer é o que basta!

Em épocas de neoliberalismo de uma eficácia maior que a do Barcelona de Guardiola em posse de bola, a depressão vence de goleada.

Ver, no máximo, uma França bater a Holanda por um mísero gol não empolgava. Nunca seria suficiente para conter a insistente frase “Vamos tirar o Brasil do vermelho”, de parlamentares nível verde-amarelo CBF.

Assim, procurei num canto esquecido do meu peito minha cinefilia.

Lembrei-me dos muitos filmes que me prometi assistir, mas a falta de tempo e o amor pelo futebol não deixaram.

Busquei via Youtube um clássico do expressionismo alemão: Metrópolis.

O ditador-empresário de Metrópolis,
Jho Fredersen, interpretado por Alfred Abel 
(tvtropes.org).
Michel Temer (commons.wikimedia.com),
de vice à presidente do Brasil (semelhanças?).



Um filme de 1927, de Fritz Lang (o gênio do cinema que recusou trabalhar para Hitler).

Trama que se passa num 2026 dominado por um autocrata, que governa única e exclusivamente para o capital, em benefício de uma elite que se esbalda nas regalias do moderno, em detrimento dos trabalhadores - os que realmente constroem e mantém aquela sociedade - e que. por sua vez, vivem literalmente 
no subsolo.

Obra que serviu de inspiração para “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, para os vários e vários filmes de ficção que Hollywood criou por todo o século XX e XXI, para o universo Pop (de Beyoncé e Lady Gaga, por exemplo).

Crítica ao totalitarismo e, ao mesmo tempo, ao posicionamento judeu e ao messianismo. Sem esquecer de Maria e a figura ambígua do feminino.

Enfim, um filme mudo, em preto e branco, de 1927, futurista e muito atual...


Para saber mais sobre “Metrópolis”:



O filme:


4 comentários:

  1. Há uns anos atrás, tive que apresentar um seminário sobre o movimento artístico Art Déco. Ao indagar meu professor de História da Arte sobre o tema, lembro claramente do entusiasmo dele falando sobre os fatos marcantes que aconteceram no período. Um deles foi a produção desse filme Metrópolis, do cineasta Fritz Lang, tão a frente do seu tempo. Fiquei tão curiosa que comprei o filme. Mas a correria de final de curso, me fizeram guardá-lo e acabou caindo no esquecimento... Até ontem quando li seu texto.
    Lembrei também que tenho um filme muito bom "Agonia e Êxtase" (esse eu assisti!) que retrata as divergências de Michelangelo e o papa Julio II sobre a pintura da Capela Sistina. Sensacional!

    Obrigada por nos elucidar, não somente sobre futebol, mas mostrar suas relações com tantas outras coisas! Parabéns pelo blog!

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    Respostas
    1. Obrigado, pela leitura e pelos elogios!
      Claro, parabéns também pela vitória do seu tricolor sobre o meu Verdão (ontem, de novo de azul...).
      Foram dois duelos dignos da nossa rivalidade.
      Parabéns, mesmo.

      Abraços fraternais!!!
      Luciano

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  2. Obrigada Luciano!
    Tem azul no verde, lembre-se disso!
    Que a rivalidade fique apenas dentro do campo.
    Apesar de tudo, continue escrevendo!

    Abraços...

    Giovana

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  3. Obrigada Luciano!
    Tem azul no verde, lembre-se disso!
    Que a rivalidade fique apenas dentro do campo.
    Apesar de tudo, continue escrevendo!

    Abraços...

    Giovana

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