sábado, 23 de junho de 2012

GRÊMIO E VIOLÊNCIA


Falar em Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense é, em muitas das vezes, falar em práticas violentas. E isso é exaltado por seus próprios torcedores.
gremio100mil.blogspot.com
O jogo de quinta-feira entre Palmeiras e Grêmio, por tratar-se de uma semifinal de Copa do Brasil, num campo enlameado, era o prenúncio de uma partida não apenas de intensa disputa, com alguns lances ríspidos.
Quem acompanha o futebol com atenção sabia que o jogo teria uma grande tendência a descambar para a brutalidade.

O Grêmio vinha para São Paulo inferiorizado pelo placar adverso da 1ª partida (derrota por 2 a 0).

E em diversas situações semelhantes de um passado que envolve não só decisões contra o Palmeiras, a violência foi sempre um elemento presente nas jogadas tricolores.

Aqueles que envergam a bela camisa dessa potência gaúcha parecem querer demonstrar para sua torcida que se há limitações técnicas o mesmo não ocorre com a força física. Uma forma de desculpar insucessos que, ao mesmo tempo, parece mesmo surtir efeito entre aqueles que, como diz o hino, sempre estão “com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.

Quem não se lembra do limitado Sandro Goiano, por exemplo. Jogador que nos anos 2000 tornou-se uma espécie de símbolo desse “estilo de jogo” gremista.

Aqui vale também lembrar um interessante trabalho antropológico: o de Arlei Sander Damo*. Esse pesquisador procura entender as identidades clubísticas dando destaque para as duas forças de seu estado, o Internacional e o Grêmio.

Sobre o Grêmio, Damo revela várias pistas do quanto o clube se coloca como uma instituição que deve representar a parcela “branca e elitista” da população.

Entre outros documentos, o pesquisador usa um documento de 1946.

Trata-se do pronunciamento do presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio, emblematicamente chamado de Credo do bom gremista:

“Creio no Grêmio porque, procurando integrar a fórmula do MENS SANA IN CORPORE SANO, ele trabalha para a formação física e mental do homem para as lutas da vida. (...) Creio no Grêmio porque, trabalhando pelo aprimoramento da raça, colabora na formação de uma raça eugênica para o nosso futuro.” (Damo, 42:2002)

Convenhamos, daí para os ideais nazi-fascistas não se precisa dar nenhum mísero passo.

Abaixo, segue um vídeo de cunho gremista sobre as próprias ações violentas:



Aqui, o comportamento do Grêmio em jogo decisivo contra o Atlético Paranaense:



Jogadores do Grêmio usam de brutalidade para tentar frear Valdívia, em seu melhor momento no Palmeiras:

* DAMO, Arlei Sandro. Futebol e identidade social: uma leitura antropológica das rivalidades entre torcedores e clubes. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.

5 comentários:

  1. O Luciano "Banchetti" O Grêmio não é violento é viril joga de acordo com as regras estabelecidas no futebol, participa de competições nacionais e internacionais sem nenhuma ressalva pela Fifa, os Gremistas são participantes leais e ordeiros como a sociedade Gaúcha. O Senhor deve lembrar como bom professor a contribuição paulista para a formação da cultura Gaúcha sim os bandeirantes paulistas tiveram participação indelével no extermino da cultura guarani no Rio Grande do Sul com a destruição e extermínio das missões jesuíticas no estado, Porco dio Como dizem os descendente de italianos no Brasil.

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  2. Primeiro, gostaria de agradecer imensamente sua leitura. Minha intenção é aprender sempre, por isso, valorizo muito pessoas que se dispõem a ler e comentar o que escrevo por aqui. Justamente, por isso, também gostaria muito de saber Vossa Graça.
    Entendo o quanto o movimento de Entradas e Bandeiras contribuiu para o processo de formação do Estado brasileiro. E isso significa procurar compreender o processo de expansão das fronteiras e o quanto tal empreendimento custou para as culturas nativas.
    Ao mesmo tempo, também procuro respeitar outras culturas. Inclusive, as do Sul do país que, aliás, sinto-me profundamente atraído por elas. Sim! Culturas Gaúchas, que entendo como plurais e riquíssimas!
    Com relação ao Grêmio, saiba que não deixo de ter o devido respeito por essa grande instituição. Porém, diante de alguns episódios, procurei deter-me numa faceta marcada por essa postura "viril" - como foi dito em seu próprio comentário -, ou seja, por algumas ações pontuais que envolvem tanto times, diretoria e torcida do tricolor gaúcho.

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    1. Pra Gaúcho treino é jogo e jogo é guerra. Centauros do pampa orgulho guasca.

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  3. Os paulista, cariocas, mineiros e afins admiram o nosso futebol e seus técnicos (Tite, Felipão, Mano, Dunga, Falcão, Roth, Renato) mas padecem muito com o nosso jeito belicoso de jogar. Os Gaúchos também gostam do futebol alegre este jogo tão lírico, futebol arte Tupiniquins. Mas jogamos desse jeito e mantemos não somos belicosos como tu dizes por que assim o desejamos, mas porque se a uns coube o destino de Atenas a outros cabe o destino de Esparta. O palmeiras tem como ídolo o Valdivia - se eu fosse descendente de italiano e tivesse que ter um ídolo, escolheria o italiano Giuseppe Garibaldi, nascido em Nice (França), que condenado à morte negou-se a ser executado e foi para o Brasil juntar-se aos republicanos da Revolução Farroupilha, depois mudou-se para o Uruguai onde derrotou o ditador argentino Juan Manoel Rosas, garantindo a soberania de Montevidéu, cobiçada pelos argentinos.
    Voltou para a Itália e combateu o exército austríacos no norte da, hoje, Itália (Lombardia) e deu início à luta pela formação da Itália. Não logrou expulsar os austríacos e refugiou-se na Suíça e depois em Nice (França). Preparou a conquista de Roma e a extinção do papado, organizou os liberais italianos, marchou para Roma e a ocupou. Vencendo uma resistência que julgavam impossível, o exército francês e o napolitano restabeleceram a autoridade papal, mas só o conseguiu após um ano de luta contra o fantástico Garibaldi. Procurado pelo embaixador americano, Garibaldi não aceitou o salvo-conduto que o diplomata lhe ofereceu e bateu em retirada com 4 mil soldados, sendo perseguido pelos exércitos: francês, espanhol e napolitano, que somados tinham mais de 40 mil homens na sua perseguição. Reorganizou-se e bate-se com o exército austríaco e perdeu a esposa nessa luta. Foi capturado e desterrado para a África, mas logo depois apareceu em Nova York e, logo, no Peru. Voltou à Itália em 1854 e organizou a Segunda Guerra de Independência contra os austríacos, vence-os e unificou o norte da Itália. Foi traído pelo rei de Piemonte, seguir para o sul, onde conquistou a Sicília e o reino de Nápoles. Tornou-se governador do sul da Itália, uniu as suas tropas às de Vítor Emanuel e o nomeou o primeiro rei da Itália unificada. Partiu para libertar Veneza dos Austríacos e Roma do papa, mas foi derrotado pelos franceses.
    Recusou os títulos de nobreza e a pensão vitalícia oferecidas pelo rei Vítor Emanuel e retirou-se para uma casa humilde na ilha de Caprera, onde viveu os seus últimos dias. Essa casinha é hoje o mais significante patrimônio histórico da impressionantemente culta República Italiana, e quem lá for verá na parede do quarto onde morreu Giuseppe Garibaldi – o mais fantástico italiano que jamais se conheceu, homem de assombrosa coragem e inteligência, para quem nada era impossível – na parede de madeira, uma fotografia da sua mulher e um mapa. O homem que inventou a Itália tinha, na parede, não um mapa do país que ele criou, mas um mapa do Rio Grande e a fotografia de uma "Gaúcha" de Laguna. O Rio Grande desperta essas paixões e as merece.

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    1. Mais uma vez agradeço, desta vez pela aula (faltou saber seu nome, mas, de qualquer modo, espero que sempre que possível frequente este espaço e contribua com suas ideias).

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