Será o Itaquerão a desbancar o
Pacaembu? Não é o que se parece, diante da força histórica desse templo do
futebol.
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Anos 1940: Estádio e bairro saindo do projeto de remodelamento
urbano da São Paulo do prefeito Prestes Maia (Imagem do blogol.zip.net) |
Passaram-se os anos e o Pacaembu se
fundiu à história da cidade, da nação e do futebol.
O Estádio municipal surgiu em 1940
como resposta ao clamor de muitos dos envolvidos com o meio futebolístico.
Até então o Parque Antarctica, o
estádio particular do Palmeiras, mostrava-se insuficiente para atender aos anseios
do esporte que crescia num ritmo tão vertiginoso quanto ao da cidade.
Imprensa, dirigentes e torcedores
queriam uma iniciativa pública. E os governantes da época não se fizeram de rogados.
Eram os tempos getulistas, os tempos
também de extremo bairrismo Rio x São Paulo.
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Desfiles cívicos: imagem de liderança e organização
a ser difundida (cifrantiga6.blogspot.com) |
Assim, se o São Januário do Vasco atendia
o futebol e os festejos cívicos na antiga capital federal, o Pacaembu seria a versão
paulista de um grande palco político, futebolístico e, acrescido da Concha
Acústica, de outras artes!
A
construção do Estádio Municipal do Pacaembu, que se iniciou em 1936 e terminou
em 1940, portanto, foi um projeto financiado pelo poder público, mediante
pressões de parte da imprensa esportiva da cidade e coincidiu, por sua vez, com
a necessidade dos grandes clubes locais que precisavam de um palco que pudesse
absorver o grande público e, assim, obter lucrativas rendas – base da economia
clubística do período.
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loucosporti.com.br |
Nos tempos atuais, dos três grandes
da capital, o alvinegro era o que constantemente utilizava o Pacaembu. E, agora,
o Corinthians está para, finalmente, receber o estádio próprio.
Por isso, para alguns, o estádio
público será superado, chegam a dizer que pode estar com os dias contados.
Contudo, tal suposição não é
novidade.
Desde os anos 1940 – sua primeira
década de vida! – o grande palco do futebol paulista enfrenta críticas e
concorrentes:
1942: São Paulo x Corinthians
jogaram no Pacaembu. O maior público da história do estádio - mais de 70 mil! -
viu a estreia do grande Leônidas da Silva no Tricolor. Nesse jogo a imprensa já
destacou a obrigação de se construir um palco maior para jogos de futebol em
São Paulo.
1950: Copa do Mundo e o único jogo
da Seleção Brasileira em São Paulo, contra a Suiça, que acaba num 2 a 2 e muitas
vaias da torcida local. Resultado: Pacaembu e paulistas foram tachados de
antipatriotas e agourentos, logo, todas as demais partidas se deram no
monumental e carioca Marcanã – até a derrota na partida final frente aos
uruguaios.
1950 – 54: Se quando o Rio tinha o
São Januário, São Paulo havia respondido com um Pacaembu, nesse momento, o
Marcanã deveria ser contraposto por um estádio tão ou mais gigantesco na
capital paulista que, por sua vez, estava para comemorar seu IV Centenário –
foi tal discurso o estopim para o Morumbi, construído pelo São Paulo F. C. anos
depois com muita ajuda pública.
Anos 1970 – 2000: O Morumbi recebeu
os clássicos, muitas das finais, mas jamais substituiu o Pacaembu por completo.
Seja pelo charme do estádio Municipal e da própria região, seja pela
localização fácil para todos, seja pela arquitetura favorável para uma ótima
visão do jogo, enfim, pelos mais variados motivos, o Pacaembu continuou na
preferência da maioria.
Anos 1990: A S. E. Palmeiras passa a
pleitear o direito de jogar contra o São Paulo em seu estádio – o Palestra
Itália, antigo Parque Antártica – e não no Morumbi como Federação, Polícia e os
interesses econômicos sempre ordenavam. Como alternativa, o Pacaembu ressurgia
com força em grandes Choques-Rei: primeira partida das oitavas de final da
Libertadores 1994 e Copa João Havelange (edição do ano 2000 do Campeonato
Brasileiro).
2009: O presidente Andrez Sanches anuncia
que, quando o mando de jogo fosse seu, o Corinthians não mais jogaria no
Morumbi. Os jogos do Majestoso com mando corintiano seriam realizados no
Pacaembu.
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esporte.ig.com.br |
Enfim, o Pacaembu sempre esteve em
cena...
Por tudo isso e muito mais, há mesmo
muito que se comemorar!